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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

José Junior, líder do AfroReggae, acusa o pastor Marcos Pereira de mandar matá-lo: “Ele é um psicopata”.

O coordenador do Afro Reggae, José Junior, acusou o pastor Marcos Pereira de querer matá-lo, por achar que seu trabalho social é concorrente das ações religiosas feitas por ele com traficantes.


O coordenador do Afro Reggae, José Junior.
Para Junior, o pastor “talvez seja a maior mente criminosa do Rio de Janeiro”. 

José Junior também acusa o pastor de orientar os detentos a fazerem rebeliões e exigirem sua presença nos presídios.

Na entrevista concedida ao jornal Extra, do Rio de Janeiro, o ativista social afirma que “o pastor Marcos Pereira é um psicopata. 

Ele é um cara do mal” e diz que “se aparecer, algum dia, arma dentro do AfroReggae, foi ordem ele. 

Se aparecer cocaína, foi ele quem mandou colocar, para desmoralizar”.

Segundo José Junior, o pastor, que antes era um parceiro de ação social, tornou-se um desafeto dele por que distorceu fatos e afirmou dentro das comunidades que as transferências de traficantes dos presídios do Rio de Janeiro para unidades de segurança máxima do governo federal haviam ocorrido como consequência da entrevista concedida por José Junior ao programa Conexões Urbanas. 

“Ele (pastor) foi a várias favelas dizer que eles foram transferidos por causa do meu programa, e não por causa do helicóptero. 

Quando ele faz isso, ele decreta a minha pena de morte. 

Até que, em 2010, você pega uma carta para (o presídio federal de) Catanduvas que, além de mandar atacar as UPPs e coisa e tal, pedia autorização para me matar”, relata o líder do AfroReggae.

José Junior acredita que o poder de influência do pastor dentro das comunidades transformou Marcos Pereira numa pessoa ambiciosa:

“Não se satisfaz somente em ter dinheiro, como também quer que as pessoas que competem com ele sejam mortas. 

Ele é um cara que fez o bem? 

Fez para muita gente. 

Ele sempre foi bandido? Acho que não. 

Mas o poder prostitui”.

O pastor Marcos Pereira negou as acusações de José Junior e afirmou que as declarações de José Junior não passam de “dor de cotovelo”: 

“Ele deve estar sentindo inveja do meu trabalho. 

Antes de ele fazer trabalho de ressocialização, eu já fazia isso. 

Eu já faço trabalho há alguns anos”.

Segundo o pastor, José Junior pode ter sido influenciado por um ex-pastor, que abandonou sua denominação, a Assembleia de Deus dos Últimos Dias, insatisfeito com as diretrizes do ministério de Pereira. 

O pastor falou que o líder do AfroReggae está com a cabeça “envenenada” e que nunca foi atrás de Junior para conseguir espaço nas favelas do Rio de Janeiro:

“Quando a gente se conheceu, foi o José Júnior quem me procurou. 

Não eu. 

Ele veio até mim trazido pela mão de um parente do (traficante) Marcinho VP. Levei-o a várias comunidades. 

Por sinal, o AfroReggae me homenageou duas vezes”, relata Pereira.

Por último, o pastor nega que tenha comandado atentados de traficantes e que esteja influenciando traficantes de comunidades em que José Junior atua como informante da polícia:

“Ele (José Junior) pode falar o que quiser. 

Eu sou a pessoa que mais tem casos de mediação de conflito. 

Já ajudei a acabar com 13 rebeliões no Rio e uma no Maranhão, entre outras. 

Meu trabalho é sério. 

Aqui se faz um trabalho social”, defende-se o pastor.

Reverendo anglicano afirma que “assim que a lei permitir”, realizará casamento gay.

O reverendo da Catedral Anglicana em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, Aldo Quintão, 49 anos de idade, é uma figura considerada polêmica no meio cristão protestante, por suas posturas “liberais” a respeito de temas delicados para o cristianismo.


Em entrevista à Folha, Quintão se recusa a ser chamado de polêmico:
Em entrevista à Folha, Quintão se recusa a ser chamado de polêmico:

 “Não é bem assim. 

Sou contemporâneo”, defende-se, afirmando que suas posições são tomadas com uma visão atual sobre os temas aborto e respeito aos gays.

Exercendo o ministério desde 1984, já celebrou mais de 3 mil casamentos. 

Ele mesmo, está casado há 23 anos e tem um filho com 22. 

 Afirma que os paulistanos são individualistas e que é preciso mais solidariedade.

Entre as mais de 3 mil cerimônias de casamento que realizou, afirma que casou “evangélicos, hindus, judeus, muçulmanos, grávidas e desquitadas” e que assim que não se recusaria a fazer um casamento homossexual:

“Farei assim que a lei permitir”, afirma o reverendo.

Confira abaixo a integra da entrevista do reverendo da Igreja Anglicana, Aldo Quintão:
Qual é o maior pecado paulistano?

O individualismo, que se traduz na insensibilidade diante dos dramas sociais. Precisamos de mais solidariedade. Parece óbvio, mas é muito difícil encontrar isso em uma cidade como São Paulo.

Por que dizem que o sr. é liberal?

Talvez porque debato questões polêmicas e defendo minorias. Temas como o direito ao aborto, os estudos com células-tronco, o respeito aos gays e o uso de anticoncepcionais devem ser abordados. Quero discutir o que é o mundo contemporâneo –e não o que é a igreja.

São Paulo é uma cidade liberal?

Por um lado, é liberal. É uma metrópole gigante, que garante o anonimato. Por outro, é conservadora nas relações entre conhecidos. Somos liberais enquanto cidade e conservadores enquanto família.

Quem frequenta a Igreja Anglicana?

Todos são bem-vindos. Inclusive gays assumidos, divorciados e fiéis desiludidos com outras religiões. O mundo moderno é marcado por uma sociedade plural. Na minha leitura do Evangelho, todo mundo tem o direito de ser feliz. Aqui, as pessoas sentem que as diferenças são respeitadas.

Quais foram os casamentos mais marcantes que realizou?

Foram dois extremos. Um foi a união de dois amigos de infância, num rancho em Pindamonhangaba (SP), onde brincavam quando crianças. O outro foi o casamento do cantor sertanejo Bruno, no Terraço Daslu. Adoro música sertaneja. De repente, vi que estava celebrando uma missa para Chitãozinho, Daniel e Michel Teló. O próximo noivo famoso é o cantor Paulo Ricardo.

Quantos casamentos já celebrou?

Já fiz mais de 3.000 casamentos, 90% em São Paulo. Casei evangélicos, hindus, judeus, muçulmanos, grávidas, desquitadas e por aí vai. Casamento gay? Farei assim que a lei permitir.