Ele critica a promoção do show gospel e das promessas triunfalistas que atraem fiéis para o evento.
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Pastor lista 10 motivos para não participar da Marcha para Jesus |
O reverendo Ageu Cirilo de Magalhães Jr., da Igreja Presbiteriana,
escreveu um texto listando dez motivos para que as pessoas não
participem da Marcha para Jesus.
A primeira Marcha foi realizada em São Paulo em 1993 sendo liderada
pelo apóstolo Estevam Hernandes da Igreja Renascer em Cristo que até
hoje está à frente do evento na capital paulista.
Para o reverendo Magalhães Jr, o primeiro motivo para não participar
do evento é exatamente a liderança.
“A igreja que organiza a maior parte
da marcha é conduzida por um homem que se autodenomina apóstolo.
Este é
um erro cada vez mais frequente em algumas denominações.
É sabido que o
título “apóstolo” foi reservado àquele primeiro grupo de homens
escolhidos por Cristo”, escreveu.
Outros pontos questionados pelo pastor presbiteriano são a pregação
da Igreja Renascer, que ensina e Teologia da prosperidade, e a filosofia
da Marcha para Jesus que ele considera como “triunfalista” já que
muitos participam do evento com o objetivo de ter todos os seus
problemas resolvidos.
Ageu Cirilo de Magalhães Jr. também é contra o “show gospel”
promovido pelo evento e também contra os erros teológicos usados para
atrair o público, como prometer curas, libertações e a mudança do
“destino na nação”.
Leia os 10 motivos para não participar da Marcha para Jesus:
No dia, 03/09/2009, o então Presidente da República, Sr. Luiz
Inácio Lula da Silva, sancionou a lei que instituiu o Dia Nacional da
Marcha para Jesus.
Estavam ali, naquele ato, alguns líderes do governo, juntamente
com o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella, e os
bispos da Igreja Renascer em Cristo, Estevam e Sônia Hernandes.
A
sanção do presidente veio apenas tornar oficial uma prática que se
repete a cada ano.
Considerando o tamanho do evento e a quantidade de
irmãos que mobiliza, alisto abaixo dez motivos que cada cristão deveria
considerar para não participar desta marcha.
As informações que dão base
à análise podem ser encontradas em sites de promoção da marcha:
1. A igreja que organiza a maior parte da marcha é conduzida por
um homem que se autodenomina apóstolo.
Este é um erro cada vez mais
frequente em algumas denominações.
É sabido que o título “apóstolo” foi
reservado àquele primeiro grupo de homens escolhidos por Cristo.
Após a
traição e suicídio de Judas, os apóstolos escolheram outro para ocupar
seu lugar (At 1.15-20), mas, como foi feita esta escolha?
Que critérios
foram usados?
1º) Ter sido discípulo de Jesus durante o seu ministério
terreno;
2º) Ter sido testemunha ocular do Cristo ressurreto.
Portanto,
ninguém que não tenha sido contemporâneo de Cristo ou dos apóstolos
(como Paulo o foi) pode sustentar para si o título de apóstolo;
2. A igreja que organiza a marcha ensina a Teologia da
prosperidade (crença de que o cristão deve ser próspero
financeiramente), Confissão positiva (crença no poder profético das
palavras — assim como Deus falou e tudo foi criado, eu também falo e
tudo acontece), Quebra de maldições (convicção de que podem existir
maldições, mesmo na vida dos já salvos por Cristo) e Espíritos
territoriais (crença em espíritos malignos que governam sob determinadas
áreas de uma cidade);
3. A filosofia da marcha está fundamentada em uma Teologia
Triunfalista (tudo sempre vai dar certo, não existem problemas na vida
do crente), tendo como base textos como Êxodo 14 (passagem de Israel no
mar Vermelho) e Josué 6 (destruição de Jericó);
4. De acordo com os sites que organizam a marcha, uma das finalidades dela é promover curas e libertações;
5. A marcha não celebra culto, mas “show gospel”;
6. Os líderes do movimento propagam que a marcha tem o poder de “mudar o destino de uma nação”;
7. Na visão do grupo, com base em Josué 1.3:
“Todo lugar que
pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado”, a marcha é uma
reivindicação do lugar por onde passam na cidade;
8. Na visão do grupo, a marcha serve para tapar as “brechas deixadas pelos atos ímpios de nossa nação”;
9. Na visão do grupo, a marcha destrói “fortalezas erguidas pelo inimigo em certas áreas em nossas cidades e regiões”;
10. A marcha tem caráter isolacionista, próprio de gueto, e não o
que Cristo nos ensinou, a saber, envolvimento amplo na sociedade, como
sal e luz (Mt 5.13-16), com irrepreensível testemunho cristão:
“…mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que,
naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos
em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1 Pe
2.12).
Ademais, é importante observar que toda a organização da marcha
está centrada nas mãos de uma igreja apenas, excluindo-se o alegado
caráter de união entre os evangélicos.
Tanta força e entusiasmo deveriam ser canalizados para a pregação
do evangelho.
As pesquisas indicam que os evangélicos já somam 25% da
população brasileira, no entanto, a imoralidade, a corrupção e a
violência estão cada vez maiores em nosso país.
Os canais de TV, os
programas de rádio, bem como as marchas não têm gerado transformação de
vida em nosso povo.
A marcha que Cristo ensinou à sua igreja foi outra, silenciosa e
efetiva, tal qual o sal penetrando no alimento (Mt 5.13); pessoal e de
relacionamento, como na igreja primitiva (At 8.4); cotidiana e sem
cessar, como entre os primeiros convertidos (At 2.42-47).