O suíço Hans Küng, considerado hoje um dos pensadores de maior influência na teologia atual, afirma que a Igreja Católica está doente.
O suíço Hans Küng |
Hans Küng, que escreveu dezenas de livros com suas opiniões polêmicas dentro do meio católico como o uso da pílula anticoncepcional e a defesa do sacerdócio de mulheres, era padre, mas devido a suas opiniões conflitantes teve sua licença retirada desde 1979 pela Congregação para a Doutrina da Fé.
Hoje é considerado um teológo “independente”.
Suas opiniões provocaram a tirada de sua licença ao sacerdócio, mas também lhe proporcionaram o respeito de vários teólogos católicos e protestantes pelo mundo, afirma ele, que se declara “um membro fiel da Igreja, que acredita em Deus e em Cristo, mas não na Igreja”.
Küng, de 83 anos, é presidente da instituição interdisciplinar Fundação Ética Mundial, que tem sede em Tübingen.
O teólogo católico era amigo próximo do atual papa, Bento XVI, na época cardeal Joseph Ratzinger, quando ambos tinham 30 anos.
Segundo Küng, os dois eram “progressistas” e desejavam renovar a Igreja.
A Igreja Católica desde 1960 vem perdendo fiéis, em suas paróquias há falta de serviço religioso e nos mosteiros há falta de mudança geracional.
“Já é hora de que o Vaticano abandone um sistema absolutista que data do século XI.
Foi então que os papas foram criados com todo o poder e impuseram o clericalismo, isto é, a preponderância dos padres que marginaliza os leigos.
Isso não pode continuar!” – critica Küng.
De acordo com informações da UNISINOS, o teólogo, que ainda mantém contato com o amigo papa, afirma que “a Igreja Católica está doente”.
Para ele “seu mal é uma hierarquia absoluta que não faz parte essencial da sua natureza.
Não é algo imprescindível.
É preciso desenvolver o Concílio Vaticano II”.
“Eu tinha ilusões, mas agora tenho clareza que a mudança não virá das mãos de Ratzinger” e acrescenta “espero que o próximo papa seja muito diferente”. – diz Küng demonstrando sua decepção.
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