Tropas americanas foram colocadas em alerta diante do risco de ataques por parte dos talibãs no Afeganistão.
Um grupo extremista local prometeu agir em reposta ao assassinato de 16 pessoas por um soldado americano em vilarejos próximos à base em Kandahar, na madrugada de domingo.
- (Foto: Reuters)Tropas americanas no Afeganistão
"Os talibãs vingarão cada um dos mártires assassinados de forma selvagem pelos invasores", prometeu o site do grupo insurgente extremista do país.
Segundo o jornal The New York Times, um militar americano se dirigiu a uma área residencial próxima à base e entrou em casas de afegãos, executando 16 pessoas, incluindo nove crianças.
Após o ataque, ele tentou queimar os corpos.
Em um telefonema ao presidente afegão ainda no domingo, Obama classificou o incidente como ‘trágico e chocante’.
Ele se disse ‘profundamente entristecido’ como o que chamou de massacre de afegãos e prometeu punir os responsáveis pelo crime.
"Este incidente é trágico e chocante, e não representa o caráter excepcional de nossos militares nem o respeito dos Estados Unidos em relação ao povo do Afeganistão", acrescentou Obama.
O secretário da Defesa, Leon Panetta, reforçou que Washington irá punir os responsáveis em outro telefonema a Karzai.
"Um suspeito está em custódia, e dei ao presidente Karzai a garantia de que levaremos os responsáveis perante a Justiça", explicou Panetta em um comunicado.
O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, classificou o crime como “desumano e intencional” e acrescentando que seria “imperdoável”.
Toda a mobilização do governo norte-americano está em torno de diminuir a expansão do sentimento anti-americano que tomou conta da população local desde outro episódio que estremeceu a relação entre EUA e Afeganistão.
No final de fevereiro, militares americanos alojados em uma base da OTAN queimaram exemplares do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, provocando revolta por parte da população e do grupo talibã.
Protestos em várias cidades por conta do episódio ocasionaram conflitos que resultaram em mais de 30 mortes entre civis e soldados.
Os governos dos dois países debatem uma estratégia para transferências das funções e poder das tropas americanas para o governo local.
Atualmente, ainda existem 130 mil homens das forças de segurança da OTAN alocados no país afegão.
Os EUA estabeleceram um prazo para conclusão da transferência até 2014.
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