Ordenação de mulheres divide opiniões na Igreja Anglicana.
Ordenação de mulheres divide opiniões na Igreja Anglicana |
Enquanto a Igreja Anglicana da Inglaterra discute sobre a ordenação de mulheres, o site La Croix, da França, publicou uma reportagem mostrando como é a vida de três sacerdotisas que enfrentam preconceito por estarem à frente de uma paróquia.
A primeira a dar depoimento foi Rosie Harper, 56 anos, que foi ordenada como sacerdotisa em 2000, ela garante que há muita dificuldade em ser uma mulher na Igreja Anglicana e relata casos de discriminação em relação ao gênero.
“A mudança foi aceita, mas os outros se opõem e me dizem: ‘Isso não é nada pessoal, mas você não pode ser sacerdote’.
Um deles me disse certa vez: ‘Eu concordo com o fato de que seja sacerdote, mas Deus não”.
Harper conta também que em alguns hospitais os sacerdotes se negam a usar o mesmo pote de óleo para unção de enfermos que foi usado por mulheres bispas.
“Alguns hospitais, por exemplo, dispõem de dois lugares diferentes para conservar os óleos para o sacramento da unção dos enfermos, porque alguns sacerdotes homens se recusam a tocar aqueles que foram usados por uma sacerdotisa”, disse.
Sally Hitchner, 32 anos, foi ordenada como bispa um ano depois de ser ungida como diaconisa e conta que a segunda ordenação foi mais reservada comparada com a primeira que reuniu 2.000 pessoas.
“Em Edmonton, apenas duas mulheres oficiam, numa diocese que têm cerca de 100 paróquias.
E nas reuniões, os padres homens às vezes se recusam a falar”, lembra a jovem que diz que Londres tem os sacerdotes mais tradicionais que são contrários à ordenação feminina.
Ela diz que nas regiões norte do país, que são mais carentes, a situação melhora, “porque todo o mundo se concentra sobre as necessidades mais essenciais”, acredita Hitchiner.
Já Katie Tupling, 37 anos, diz que nunca teve problemas com os membros da paróquia, mesmo estando eles acostumados a serem liderados por homens.
“Eles estavam habituados a ter um homem no meu lugar, eles tiveram que se ajustar no começo.
Nunca houve um debate teológico sobre a questão, isso não lhes dizia respeito.
Especialmente o fato de que faço parte da segunda onda de mulheres sacerdotes e que isso, portanto, não tem nada de revolucionário”.
Harper e Hitchner, porém, dizem que os frequentadores ficam “chocados” com a presença feminina na função de sacerdotisas.
Até os pais das moças foram contra o chamado sacerdotal.
Mas assim como os membros e demais anglicanos a tendência é que se acostume com o fato.
“Meu pai, que é sacerdote, ficou muito chocado no início, lembra” Rosie Harper.
“Depois de várias discussões, ele rapidamente percebeu o que tinha de fazer e aceitou muito bem a minha decisão”.
Com informações Unisinos
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