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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Pela primeira vez, governo de Israel passa a reconhecer rabinos não ortodoxos.

Líderes conservadores temem “ruptura” na sociedade baseada numa religião milenar.

Pela primeira vez, governo de Israel passa a reconhecer rabinos não ortodoxos
A ativista Anat Hoffman dirige o Centro de Ação Religiosa de Israel, parte do movimento da Reforma judaica. 

A decisão histórica do governo, divulgada esta semana, ocorreu sete anos depois de um processo iniciado pela sua organização e que chegou à Suprema Corte de Israel. 

A luta é pelo tratamento igualitário do governo entre rabinos ortodoxos e não ortodoxos.  

“Esta foi a primeira vez que o governo reconheceu um rabino não ortodoxo – ou uma mulher”, comemorou.

Isso representa uma ruptura das tradições religiosas milenares de Israel. 

A “rabina” Miri Gold será a primeira a receber um salário subsidiado pelo governo, privilégio antes exclusivo dos ortodoxos. 

Os rabinos ligados aos outros movimentos eram tratados pelo Estado apenas como “lideres comunitários”.

O Presidente da Assembleia dos Rabinos, Gerald Skolnik declarou:

“Espero que a decisão traga um novo espírito aos judeus, uma oportunidade que fortificará Israel, deixando muitos Israelitas mais próximo da religião judaica e sua de tradição”.

O principal líder do Movimento de Reforma em Israel, Rabino Gilad Kariv diz: “a decisão do estado em sustentar os rabinos da Reforma claramente reconhece sua posição como rabino, é um passo muito importante no esforço de aumentar a liberdade religiosa em Israel”.

Israel irá em breve sustentar 15 rabinos não ortodoxos, mas essa assistência financeira prevista em lei está limitada aos ligados a Conselhos Regionais e comunidades agrícolas/campesinas.

O governo agora reconhece mais de uma linha do judaísmo na sociedade, em especial os da Reforma e o Progressivo, que já são maioria no país. 

Os ativistas esperam também que a medida permita que cerimônias de casamento possam ser realizadas por rabinos não ortodoxos.

A assistência será de responsabilidade do Ministro de Cultura e Deportes, e não será feita pelo Ministério de Assuntos Religiosos. 

Seu ministro, entretanto, expressou seu descontentamento com a decisão, anunciada pelo procurador-geral do país.

O temor dos ortodoxos é que isso irá enfraquecer seu posicionamento mais literal dos mandamentos da Torá. 

Os movimentos modernos veem com mais naturalidade questões delicadas como o casamento homossexual e a luta pelo território “bíblico” de Israel. 

Lembrando que, desde 1948, quando Israel ressurgiu como  o Estado, grande parte de suas diretrizes políticas tem sido estabelecida pelos ortodoxos.

Traduzido e adaptado de Washington Post

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