Líderes conservadores temem “ruptura” na sociedade baseada numa religião milenar.
Pela primeira vez, governo de Israel passa a reconhecer rabinos não ortodoxos |
A ativista Anat Hoffman dirige o Centro de Ação
Religiosa de Israel, parte do movimento da Reforma judaica.
A decisão
histórica do governo, divulgada esta semana, ocorreu sete anos depois de
um processo iniciado pela sua organização e que chegou à Suprema Corte
de Israel.
A luta é pelo tratamento igualitário do governo entre rabinos
ortodoxos e não ortodoxos.
“Esta foi a primeira vez que o governo
reconheceu um rabino não ortodoxo – ou uma mulher”, comemorou.
Isso representa uma ruptura das tradições religiosas milenares de
Israel.
A “rabina” Miri Gold será a primeira a receber um salário
subsidiado pelo governo, privilégio antes exclusivo dos ortodoxos.
Os
rabinos ligados aos outros movimentos eram tratados pelo Estado apenas
como “lideres comunitários”.
O Presidente da Assembleia dos Rabinos, Gerald Skolnik declarou:
“Espero que a decisão traga um novo espírito aos judeus, uma
oportunidade que fortificará Israel, deixando muitos Israelitas mais
próximo da religião judaica e sua de tradição”.
O principal líder do Movimento de Reforma em Israel, Rabino Gilad
Kariv diz: “a decisão do estado em sustentar os rabinos da Reforma
claramente reconhece sua posição como rabino, é um passo muito
importante no esforço de aumentar a liberdade religiosa em Israel”.
Israel irá em breve sustentar 15 rabinos não ortodoxos, mas essa
assistência financeira prevista em lei está limitada aos ligados a
Conselhos Regionais e comunidades agrícolas/campesinas.
O governo agora reconhece mais de uma linha do judaísmo na sociedade,
em especial os da Reforma e o Progressivo, que já são maioria no país.
Os ativistas esperam também que a medida permita que cerimônias de
casamento possam ser realizadas por rabinos não ortodoxos.
A assistência será de responsabilidade do Ministro de Cultura e
Deportes, e não será feita pelo Ministério de Assuntos Religiosos.
Seu
ministro, entretanto, expressou seu descontentamento com a decisão,
anunciada pelo procurador-geral do país.
O temor dos ortodoxos é que isso irá enfraquecer seu posicionamento
mais literal dos mandamentos da Torá.
Os movimentos modernos veem com
mais naturalidade questões delicadas como o casamento homossexual e a
luta pelo território “bíblico” de Israel.
Lembrando que, desde 1948,
quando Israel ressurgiu como o Estado, grande parte de suas diretrizes
políticas tem sido estabelecida pelos ortodoxos.
Traduzido e adaptado de Washington Post
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