Pastores vão à escola para poder administrar melhor suas igrejas.
Cursos para pastores ensinam “liderança” e “técnicas de crescimento” |
Liderar
os cerca de 42,3 milhões de evangélicos do país não é tarefa fácil para
os pastores.
Por isso, muitos têm buscado melhorar sua formação
fazendo cursos de especialização, segundo informa reportagem da Folha de
SP.
Nos últimos dez anos, com o crescente número de igrejas,
aumentou também a demanda por pastores.
Alguns desses cursos que estão
se popularizando são a distância (online) e duram cerca de um ano.
Entre
as disciplinas estão matérias teológicas e bíblicas, além de conceitos
de administração e estratégias de liderança.
A Faculdade de
Educação Teológica de São Paulo, por exemplo, oferece lições de
antropologia, código civil e penal, administração eclesiástica, didática
e ética.
Em suas aulas de administração, os alunos aprendem conceitos
clássicos como o PODC (planejar, organizar, decidir, controlar), da obra
Administração, de James Stoner e Edward Freeman.
Segundo Antonio
Sauaia, professor da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade), o exercício do pastorado moderno inclui a incumbência de
um profissional de marketing e vendas.
Coordenador da Faculdade, o
pastor Lawton Ferreira, explica que os pastores precisam melhorar sua
capacidade de liderar e de coordenar equipes.
Ele explica ainda que
pretende lançar um novo módulo do curso, para ajudar na expansão do
numero de fiéis na igreja.
Lawton afirma que ao convencer os fiéis
de que possuem os mesmos poderes de um pastor, uma igreja pode chegar a
reunir até 8.000 seguidores por ano.
Criada em 1994 pelo pastor
Omar Silva da Costa, a Faculdade Gospel ensina entre as matérias uma
chamada “Métodos de administração”, que ajudaria na multiplicação de
membros.
A base da disciplina são as práticas usadas pelas igrejas
Mundial e Universal do Reino de Deus.
Além disso, existem disciplinas
como Estresse e Depressão ou Como Trabalhar com Homossexuais.
No
Brasil, ser pastor não era considerado profissão até recentemente, com a
imensa maioria deles não tendo carteira assinada nem contrato de
trabalho.
Mas isso tem mudado aos poucos.
Ano passado, o Tribunal
Superior do Trabalho reconheceu o vínculo empregatício de um pastor com a
igreja Universal do Reino de Deus.
O
pastor Glauber Alencar, da Assembleia de Deus do Bom Retiro em São
Paulo, acredita na “profissionalização do pastor”.
Ele defende a criação
de um plano de carreira, além de benefícios sociais, como plano de
saúde e previdência, seguindo o que normalmente são oferecidos por uma
empresa aos empregados.
Porém, essa ideia encontra resistência
entre a comunidade evangélica, especialmente no que diz respeito à
remuneração por comissão, ou seja, proporcional ao número de seguidores.
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