Marco Feliciano (PSC-SP) |
A
defesa de Marco Feliciano (PSC-SP) apresentou seus argumentos ao
Supremo Tribunal Federal (STF) no caso em que ele é acusado de
discriminação, por dizer em sua conta no Twitter que “a podridão dos
sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição”.
Num trecho do documento de defesa, o advogado Rafael Novaes da Silva,
que representa o pastor, menciona as acusações de racismo feitas contra
Feliciano e diz que nesse episódio foi feita apenas uma citação de um
trecho do livro de Gênesis, em que Noé amaldiçoa um neto, que depois ,
teria migrado para a região onde hoje é o continente africano.
O texto de defesa diz que “ao comentar acerca da maldição que acomete
o continente africano e do primeiro caso de homossexualismo da
humanidade, o parlamentar denunciado na verdade discorreu sobre a crença
dos cristãos de os problemas e obstáculos não surgirem necessariamente
de atos do governo e ou empresários, mas do Céu, ou seja, como se a
humanidade expiasse por um carma, nascido no momento em que Noé
amaldiçoou o descendente de Cão [Cam] e toda sua descendência,
representada por Canaã, o mais moço de seus filhos, e que tinha acabado
de vê-lo nu”.
Na apresentação dos argumentos, a ideia de que, embora a maldição
tenha existido, Jesus a eliminou é ressaltada:
“Toda maldição é quebrada
na Cruz de Cristo.
Tem ocorrido isso no continente africano.
Milhares
de africanos têm devotado sua vida a Deus e por isso o peso da maldição
tem sido retirado”, sustenta o texto, que observa a didática bíblica
como forma de reforçar sua tese:
“A linguagem metafórica com que vários
ensinamentos cristãos são divulgados só confirma como as manifestações
do parlamentar denunciado possuem natureza teológica”.
Informalmente, o deputado já argumentou a respeito da maldição usando
como ilustração um poema de Castro Alves, que era abolicionista e cita a
maldição bíblica em sua obra.
Recentemente, a psicóloga Marisa Lobo publicou um artigo em sua coluna falando sobre o poema Vozes d’África.
Estelionato.
Hoje, 05 de abril, Marco Feliciano prestou depoimento no processo
movido contra ele pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por
suposto estelionato, pois o pastor não compareceu a um evento para o
qual recebeu cachê.
Por determinação do ministro Ricardo Lewandovski, do Supremo Tribunal Federal (STF), aconteceu numa sala a portas fechadas.
A iniciativa de Lewandovski foi tomada para permitir que o pastor
pudesse responder com tranquilidade aos questionamentos que foram
feitos.
“Em primeiro lugar, a sala de depoimentos é muito exígua.
Cabe ao
juiz instrutor, o promotor, as partes e o advogado, não há espaço para
ninguém. [...]
O outro é o seguinte: da mesma forma que o acusado é
obrigado a comparecer para prestar seu depoimento, a lei processual
penal também lhe garante a tranquilidade para prestar esse depoimento.
A
Constituição continua em vigor, e a intimidade e a privacidade do
acusado deve ser respeitada”, argumentou Lewandovski.
O advogado de defesa do pastor afirmou que a defesa está tranquila a
respeito desse caso, pois Feliciano “não tem nada a esconder”.
Corintianos na Bolívia.
O caso dos torcedores corintianos presos na Bolívia sob acusação de
serem os responsáveis pela morte do adolescente Kevin Espada durante um
jogo da Taça Libertadores seria analisado pela Comissão de Direitos
Humanos e Minorias (CDHM), e o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) faria
uma viagem ao país para colher maiores informações e conversas com os
torcedores, porém tudo isso foi suspenso.
A comissão alegou que já há outros parlamentares, que trabalham na
Comissão de Relações Exteriores (CRE), cuidando do caso, e que manter a
viagem de Feliciano seria desnecessário neste momento.
O pedido de suspensão partiu do próprio Feliciano, que antes de tomar
a decisão, havia comemorado a aprovação da viagem pela CDHM por
unanimidade, de acordo com o R7.
O motivo que havia levado o pastor a planejar a viagem seriam pedidos
de familiares dos detentos, que relataram maus tratos e até,
mencionaram risco de morte para um deles, que teria problemas renais e
não estaria recebendo tratamento adequado.
Feliciano afirmou, segundo informações do G1, que após o retorno dos
parlamentares da CRE, irá se atualizar sobre a situação legal dos doze
torcedores e que a partir daí, poderá tomar iniciativas sobre o caso.
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN) afirmou que colaborará com o trabalho da CDHM pedindo que
todas as informações sejam repassadas:
“Informei [a Marco Feliciano] que
pedi ao Ministério de Relações Exteriores relatório sobre as ações do
governo na Bolívia e que quando chegasse o remeteria à Comissão de
Direitos Humanos.
O pastor desistirá da viagem.
Eu também não aprovaria
por essas razões que apresentei, de trabalho feito”, afirmou.
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