Apos suicídio de filho de Rick Warren, líderes debatem como lidar com doenças mentais.
Psiquiatra cristão diz que suicídio é perdoado por Deus |
A tragédia envolvendo Matthew,
27 anos, o mais jovem dos três filhos do pastor Rick Warren, suscitou
discussões de como a igreja deve tratar casos de doença mental entre
seus membros.
Ele se suicidou no final de semana após uma luta ao longo
de toda vida contra a bipolaridade.
Samuel Rodriguez, presidente
da National Hispanic Leadership Conference diz que “é necessário um
compromisso de parte dos cristãos para criar-se um espaço na igreja onde
se possa cuidar de pessoas com doença mental”.
Ele acredita que as
igrejas deveriam trabalhar junto com médicos e psicólogos, cuidando
dessa “doença silenciosa”, que é doença mental, algo que existe “dentro e
fora da igreja”.
Os cristãos deveriam tratar as pessoas que sofrem com
isso com “graça, compaixão e amor de Deus”.
O Doutor Pablo
Martinez Vila, renomado psiquiatra de Barcelona (Espanha) e um líder
cristão comprometido atualmente é Diretor da Rede Europeia de
Conselheiros Cristãos.
Ele explica que o transtorno bipolar gera crises
de euforia alternados com outras de depressão profunda.
“É uma doença
orgânica, associada a uma alteração do que poderíamos chamar de
“metabolismo” do cérebro.
O equilíbrio de nosso cérebro depende da
relação bioquímica de várias substâncias (neurotransmissores).
Quando
este equilíbrio é alterado, surgem várias doenças mentais, uma das quais
é a bipolaridade.
Sua origem não é espiritual, mas pode ter
consequências sérias, afinal o ser humano é uma unidade onde corpo,
mente e espírito estão interligados”, explica.
A Bíblia fala sobre
depressão e pensamentos suicidas, lembra Martinez Vila, mas “quando uma
pessoa comete suicídio, sob a influência de uma doença mental, como
transtorno bipolar, sua vontade e pensamentos estão cegados pela doença.
Há uma profunda distorção de percepção da realidade…
Nos casos mais
graves, esta distorção pode ser delirante, o paciente imagina coisas que
só existem em sua mente.”
Sendo assim, ele conclui, “não podemos
dizer que há plena consciência do que é feito.
É um ato que
possivelmente nunca ocorreria em condições normais, fora de uma crise.
Prova disso é que, quando uma pessoa com doença mental comete um crime,
seja um assalto ou até mesmo um assassinato, a justiça humana atenua ou
mesmo anula a responsabilidade do paciente nessas circunstâncias.
Se um
juiz humano leva isso em conta, quanto mais o nosso Deus, que é o juiz
perfeito!
Isso realmente traz muito conforto e esperança para aqueles
que perderam um ente querido nessas circunstâncias”, conclui o
psiquiatra evangélico.
Porém, ele faz uma ressalva que isso é
diferente do caso de uma pessoa que, em são consciência, decide tirar
sua própria vida.
Nesta situação, é preciso lembrar que “o suicídio é
condenado na Bíblia, pois é um ato que contém em si a essência do
pecado:
“Eu sou o dono da minha vida, ninguém acima de mim vai me dizer
como devo viver, ou por quanto tempo.”
O doutor Martinez Vila diz
que a dor causada pelo suicídio é devastadora e intensa e,
provavelmente, nunca acabará totalmente.
No caso da família Warren, eles
deveriam lembrar “que Deus é um Pai justo, cuja misericórdia é tão
grande que o levou a sacrificar o seu próprio Filho para nos dar a vida.
Contemplando a cruz de Cristo com tudo o que revela o caráter de Deus,
na nossa frágil condição humana e da esperança que temos em novos céus e
nova terra é o melhor bálsamo para aliviar a dor excruciante”.
Por
sua vez, Samuel Rodriguez afirma que “esta tragédia é uma oportunidade,
até mesmo uma obrigação, que a comunidade cristã comece a lidar melhor
com a doença mental”.
“A luta de cristãos com a depressão e até mesmo
pensamentos suicidas não faz deles menos cristãos.
Temos que assumir um
compromisso de criar oportunidades e proporcionar ministérios de apoio
para aqueles que lutam com a depressão e outras doenças mentais”.
Com informações Protestante Digital.
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