O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, condenou em seu blog, o ‘uso político’ de temas como descriminalização do aborto e implementação do kit gay, desenvolvido por Fernando Haddad (PT) quando foi ministro da Educação, e agora candidato às eleições municipais.
- Foto: ReutersJosé Dirceu entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff
A mensagem, intitulada “o desserviço que o preconceito impõe à democracia” enfatiza o apoio ao pré candidato petista, que recentemente protagonizou a polêmica em torno do tema do kit gay.
Segundo Dirceu, os debates em torno do assunto poderiam incitar a violência e provocar preconceitos com relação aos homossexuais.
“Não podemos ficar na defensiva e no recuo frente à violência e à chantagem de certos setores evangélicos que querem interditar o debate sobre esses temas no país e patrulhar todas as políticas públicas com relação às questões do aborto e do homossexualidade”, diz o texto da autoria do ex-ministro.
Segundo o post, os grupos evangélicos impõem ao Estado brasileiro uma visão “preconceituosa e repressiva”.
“Os que dão guarida a esse comportamento violento que introduz em nossa sociedade o ovo da serpente do preconceito e do racismo prestam um desserviço à democracia e à convivência social”, conclui o texto.
Declarações polêmicas
Em outra afirmação polêmica de um membro do PT, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou durante discurso no Fórum Social Temático, em Porto Alegre (RS), em 27 de janeiro, que o governo deveria “fazer uma disputa ideológica com os líderes evangélicos pelos setores emergentes”.
"Toda essa gente que emerge ficará à mercê da ideologia disseminada pelos meios de comunicação?", falou Carvalho à época, afirmando em seguida que o governo deve começar a criar, através da comunicação, condições para limitar ou anular a influência das igrejas evangélicas.
A declaração levou à reação de líderes religiosos, como o pastor Silas Malafaia, da igreja Vitória e Cristo e do senador da Frente Evangélica Magno Malta (PR-ES).
Foi uma fala infeliz, mal colocada e irresponsável”, disse Malta em pronunciamento na tribuna.
A presidente Dilma Rousseff teve que intervir para acalmar os ânimos e declarou publicamente que não compartilhava da opinião de Carvalho.
Segundo ela, a afirmação não seria “uma posição do governo Dilma, que tem respeito pelos evangélicos, mas uma posição pessoal do ministro, que na verdade estava fazendo uma análise política”.
O ministro Gilberto Carvalho reuniu-se posteriormente com a bancada evangélica e se retratou com relação a afirmações no Fórum Social.
O eleitorado evangélico vem sendo alvo de disputa pelos candidatos pois já corresponde a uma parcela expressiva da população.
Segundo uma pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em agosto de 2011, a parcela evangélica cresceu em 13,13% entre 2003 e 2009, e neste ano correspondeu a 20,23 % do total da população brasileira.
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