O
novo Gabinete de governo do Japão completou um mês há poucos dias e já
volta às manchetes envolvido em polêmicas.
No fim da segunda-feira (22),
foi a vez do ministro das Finanças, Taro Aso, protagonizar uma
declaração imprópria, após dizer que os idosos em estado terminal deviam
“se apressar e morrer” para poupar gastos do governo com a saúde
pública.
O político, de 72 anos, também disse que recusaria qualquer
tipo de tratamento médico para prolongar sua vida.
“Deus me livre de ser forçado a viver se
quisesse morrer.
Eu acordaria me sentindo cada vez mais pior sabendo
que (o tratamento) foi todo pago pelo governo”, disse ele durante uma
reunião do Conselho Nacional de Reformas da Segurança Social.
“O
problema não será resolvido, a não ser que você deixe que eles se
apressem e morram”.
Aso também afirmou que escreveu uma
carta a sua família na qual rejeita qualquer procedimento caso necessite
de aparelhos para manter-se vivo.
Para completar, ele também descreveu
pacientes idosos que não conseguem se alimentar sozinhos como “pessoas
tubo” e alertou o ministro do Bem-Estar e Saúde, presente na reunião,
que tal tratamento custava “dezenas de milhões de yenes” por mês para
tratar um só paciente.
Depois de uma onda de críticas, o
ministro tentou se retratar, afirmando que reconhecia que seus
comentários foram “inapropriados” e que as declarações somente refletiam
a sua opinião pessoal e não eram uma sugestão para o governo.
As declarações são um problema para o
novo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que foi obrigado a deixar o
cargo em 2007 devido a declarações embaraçosas dos membros de sua
equipe.
No Japão, quase 25% dos 128 milhões de habitantes tem mais de 60
anos.
O número cresce a 40% se considerados os cidadãos com mais 50
anos.
A expectativa de vida no Japão é a
segunda maior do mundo, segundo dados divulgados pelo governo no fim de
2012.
As japonesas vivem em média 86,7 anos, enquanto os homens vivem em
torno de 79,44 anos.
Os idosos foram as principais vítimas do
terremoto seguido da tsunami que assolou o país em março de 2011.
De
acordo com dados do órgão nacional de estatísticas, mais de 56% dos
mortos tinham 65 anos ou mais, e quase 75% dos desaparecidos tinham mais
de 60 anos.
Fonte: O Globo
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