Pastor Joide Miranda critica julgamento excessivo sobre homossexuais nas igrejas evangélicas.
Preconceito impede homossexuais de confessar seu pecado nas igrejas |
O pastor Joide Miranda, presidente da Associação
Brasileira de Ex-Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e
Trangêneros – ABEX-LGBTT, que ajuda aqueles que querem deixar a
homossexualidade voluntariamente, afirmou que homossexuais nas igrejas
geralmente não buscam ajuda para expor seu problema, pois se sentem
discriminados nas comunidades evangélicas.
Em entrevista ele disse que o problema está
presente em praticamente todas as igrejas.
“Não estou julgando.
Não digo
que todos estão na prática, muitos lutam contra esses desejos.
Muitos
sofrem com isso, mas tem medo de se expor.
Eles temem não ser
compreendidos, mas eu sempre digo que este é um pecado como qualquer
outro pecado”.
Segundo o líder religioso, que não esconde seu passado como travesti,
a igreja impõe barreiras como preconceito e excesso de julgamento.
Com
isso, quem sofre com o problema da homossexualidade acaba relutando em
se abrir e até procurar ajuda.
“Muitos não vivem na prática, tem um
estado mental de homossexuais e então levam uma vida religiosa
escondendo seu pecado, incorrendo na pornografia e internet, o que gera
um vício, diz Miranda.
Para ele, esse é um dos maiores erros da igreja contemporânea.
Citando 1º Corinthios 6:10 , que fala sobre o pecado do efeminado e
sodomita, bem como do ladrão, avarento e maldizente, ele dispara: “quem
nunca falou mal de alguém?”.
Contando sua própria história e de como foi abusado quando era
criança, ele diz que são comuns casos de abusos durante a infância em
pessoas que se tornam homossexuais.
Ele explica que os abusos não são só
de ordem sexual, mas podem ser rejeição, palavras de maldição e até
crianças criadas sem limites.
Aí, segundo Miranda, entra o trabalho psicológico na ajuda daqueles
que não estão satisfeitos com sua orientação.
“Quando a pessoa se
converte, sai do sistema mundano e vem pra Jesus, está com as feridas
expostas.
Aí precisa da ajuda, tanto no lado espiritual como no lado
psicológico”, diz.
Mas ele enfatiza que é necessário renúncia e sacrifício para mudar a
orientação.
“Eu decidi morrer, pagar um preço, então Cristo passou a
dirigir a minha vida e não mais eu”, conta
Ele explica com seu testemunho:
“A vida me proporcionou tudo, fama, beleza, poder, dinheiro. (…)
Mas
eu decidi deixar aquela vida por que o que eu mais desejava era a paz
interior.
A vida da homossexualidade é uma vida carnal.
Cedo ou tarde, a
frustração vai bater à porta.
Na velhice vem a depressão, a angústia, a
solidão, a tristeza e nessa hora, que possam lembrar que Deus deu seu
único filho e Jesus sempre esteve e sempre estará de braços abertos.”
Miranda conclui que hoje é um homem feliz e realizado e sua família tem um valor “que o mundo jamais poderia pagar”.
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