O
Irã já possui planos detalhados para destruir as 35 bases dos Estados
Unidos no Oriente Médio, no Golfo Pérsico e na Ásia Central caso seja
atacado, afirmou nesta quarta-feira (4) o general Amir Ali Hayizadeh,
comandante da Força Aeroespacial dos Guardiães da Revolução.
“Tomamos todas as medidas necessárias
para situar essas bases e desdobrar mísseis para destruir todas elas nos
primeiros minutos de um possível ataque contra o Irã”, advertiu
Hayizadeh em declarações divulgadas pela agência local Fars.
Durante um exercício militar que durou
três dias, os Guardiães da Revolução testaram diversos tipos de mísseis
de fabricação nacional.
O comandante explicou que os Estados Unidos têm
35 bases ao redor do Irã e acrescentou que todas elas estão ao alcance
dos mísseis, assim como a terra ocupada da Palestina.
Segundo ele, as
manobras de mísseis que foram realizadas nos últimos dias tinham o
objetivo de destruir réplicas de hipotéticas bases dos EUA na região,
assegurando que o resultado dos testes tinha sido um grande êxito.
Guardiães da Revolução testaram diversos tipos de mísseis de fabricação nacional |
O site dos Guardiães da Revolução, Sepah News,
informou nesta quarta que dentro dessas manobras foram usados mísseis
do tipo “Golfo Pérsico” (antinavios) contra alvos marítimos, com o apoio
de aviões de combate e aeronaves não tripuladas.
Na terça-feira (3), os
guardiães da Revolução asseguraram que tinham destruído sete
hipotéticas bases das “forças alheias à região” em manobras aéreas e com
lançamento de mísseis de até 1.300 quilômetros de alcance, embora
Hayizadeh tenha feito questão de ressaltar que o país dispõe de mísseis
que superam 2 mil quilômetros.
Tensão
O Irã está submetido a
sanções da ONU, dos EUA e da UE devido ao seu controverso programa
nuclear, sendo que Washington e Tel Avil ameaçaram atacar o território
iraniano caso não haja uma paralisação de suas atividades atômicas.
Neste caso, Teerã respondeu que daria
uma resposta “arrasadora” e que também poderia fechar o estratégico
Estreito de Ormuz.
Enquanto alguns países, liderados pelos EUA,
suspeitam que o programa nuclear iraniano possui uma vertente
armamentista destinada à fabricação de armas atômicas, Teerã assegura
que seu programa é exclusivamente civil, pacífico e ainda respeita o
Tratado de Não-Proliferação (TNP) nuclear.
Na terça-feira, em sua entrevista
coletiva semanal, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores,
Ramin Mehmanparast, comentou as manobras realizadas e disse que a
mensagem desses exercícios é que o Irã tem “total autoridade e
preparação” para garantir a segurança no Golfo Pérsico e no tráfego de
petroleiros no Estreito de Ormuz.
O presidente da Comissão de Segurança
Nacional e Política Externa do Parlamento do Irã, Alaedin Boruyerdi,
disse que Teerã considera a presença de forças estrangeiras na região
“prejudicial” para a segurança, acrescentando que as manobras com
mísseis mostram a capacidade do Irã para manter a estabilidade na área.
Fonte: Veja
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