( Foto de um forno de cremação ) |
Frequentemente
somos interrogados se a Bíblia apoia ou não a pratica da cremação de
corpos.
Em seguida, ouvimos o seguinte:
“Isso não impediria a denominada
ressurreição dos mortos, que constitui a esperança dos cristãos?”.
“Porque
o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo e com a
trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com
eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre
com o Senhor” (1 Ts 4.16-17).
De inicio podemos dizer que jamais
alguém poderia afirmar que a cremação irá impedir a ressurreição dos
corpos dos cristãos.
Um exemplo da história é o caso dos cristãos mortos
em fogueiras como primórdios do cristianismo, quando o imperador Nero, o
responsável pelo incêndio, acusou os servos de Deus de terem cometido
tal crueldade na cidade de Roma.
Na ocasião, os cristãos presos em
estacas tiveram seus corpos betumados, morrendo carbonizados.
O QUE NOS DIZ A HISTORIA.
Os
cristãos primitivos, com grande êxito, proclamavam o evangelho de Jesus
Cristo e, como parte da pregação, anunciavam a ressurreição de Jesus e
deles próprios ( l Co l5.3-6,14-17,51-55).
Isso incomodava os pagãos
contemporâneos desses cristãos.
Assim, levantou-se entre eles a idéia de
que destruindo a crença na ressurreição anulariam a esperança dos
cristãos na ressurreição.
Entre eles, então, começou o costume de cremar
os corpos.
A primeira tentativa nos tempos modernos para anular a
fé dos cristãos na ressurreição dos corpos foi adotar a prática da
cremação.
Tal medida foi tomada durante a revolução francesa, pelo
Diretório Francês, no quinto ano da República, a fim de desmoralizar a
crença dos cristãos na ressurreição dos mortos.
RESPEITO COM OS MORTOS.
Era
prática dos judeus enterrar os seus mortos na terra ou em túmulos de
pedra:
“E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado”
(Gn 15.15).
“E depois sepultou Abraão a Sara sua mulher na cova do campo
de Macpela, em frente de Manre, que é Hebrom, na terra de Canaã.
Assim o
campo e a cova que nele estava se confirmou a Abraão em possessão de
sepultura pelos filhos de Hete” (Gn 23.19-20.
Não era costume dos
judeus cremar os corpos e olharam para essa prática com horror:
“Assim
diz o Senhor:
Por três transgressões de Moabe, e por quatro, não
retirarei o castigo, porque queimou os ossos do rei de Edom, até os
tomar em cal” (Am 2.1).
A cremação só era prescrita, como castigo,
em certos casos flagrantes de imoralidade.
“E será que aquele que for
tomado com o anátema será queimado a fogo, ele e tudo quanto tiver,
porquanto transgrediu a aliança do Senhor, e fez uma loucura em Israel”
(Js 7.15).
O CORPO DO CRISTÃO.
Os cristãos
seguiram o exemplo dos judeus no que concerne ao respeito pelos mortos.
Aceitavam o ensino de que o corpo do cristão é o templo do Espírito
Santo e, como tal, deveria ser respeitosamente sepultado:
“Não sabeis
vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”
(1 Co 3.16).
“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito
Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós
mesmos?” ( l Co 6.19 ).
Os cristãos primitivos procuravam sepultar
os seus mortos num mesmo lugar, dando a esse lugar o título de
cemitério, cujo significado é dormitório.
Os corpos dos santos dormiam
(Mt 27.52) e todos, mortos nessa esperança, aguardavam a volta de
Cristo, quando, então, juntos, iriam ressuscitar:
“Eis aqui vos digo um
mistério:
Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última
trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados.
Porque convém que isto que é
corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal
se revista da imortalidade.
E, quando isto que é corruptível se revestir
da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade,
então cumprir-se-á a palavra que está escrita:
Tragada foi a morte na
vitória” (l Co 15.51-55).
Nos dias atuais, aqueles que geralmente
pedem em vida para terem seus corpos cremados são pessoas revoltadas
contra Deus.
Manifestam, desse modo, insatisfação com essa figura
medonha que é a morte, e concluem que, através da morte, tudo se acaba.
Vivem dentro do conceito pagão sustentado, já nos dias de Paulo, pelos
filósofos pagãos:
“Comamos e bebamos, que amanhã morreremos” (1 Co
15.32).
Para os tais que assim pensam, a morte é o fim de tudo, o corpo é
apenas o pó da terra e o espírito não passa do fôlego que respiramos e
que se reintegra ao ar atmosférico.
Assim, o seu protesto diante desse
modo de pensar é pedir que seus corpos sejam cremados.
Apenas uma
pequena exceção aceita a cremação fora desse conceito de transitoriedade
do ser humano.
Jesus afirmou a ressurreição universal dos corpos,
dizendo:
“Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os
que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz.
E os que fizeram o bem sairão
para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição
da condenação” (Jo 5.28-29).
“E vi os mortos, grandes e pequenos, que
estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro,
que é o da vida.
E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam
escritas nos livros, segundo as suas obras” (Ap 20.12).
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