Especialistas temem reação semelhante ao filme “A Inocência dos Muçulmanos”.
Governo israelense recria digitalmente Templo de Salomão |
Um comercial produzido pelo Ministério das Relações
Exteriores de Israel foi proibido antes de ir ao ar, e gerou imensa
polêmica no Estado judeu.
O motivo seria a ideia de “destruição” da
Mesquita de Al-Aqsa, o famoso Domo da Rocha, um dos locais mais sagrados
do mundo para os muçulmanos.
O vídeo apresentado por Danny Ayalon (vice-ministro das Relações
Exteriores) tem cerca de cinco minutos e mostra diferentes atrações
turísticas de Israel.
Ao parar em frente à mesquita, enquanto um
calendário mostra o tempo regredindo, ela “some” para dar lugar ao Templo de Salomão.
O claro objetivo é mostrar que o judaísmo estava na região muito antes do Islã.
O anúncio tem como objetivo promover o turismo em Jerusalém além de
contar um pouco da história judaica da cidade, que Israel considera sua
“eterna capital”, embora oficialmente o centro administrativo do país é
Tel Aviv.
Essa versão do vídeo já foi uma alteração da original, onde a
mesquita era “implodida” digitalmente.
O grande “problema” em se colocar
um templo virtual sobre as ruínas da mesquita é uma disputa histórica
pelo local entre judeus e muçulmanos.
Os funcionários do Ministério do Exterior decidiram que a cena
deveria ser apenas com a substituição, para não parecer que se sugeria
um atentado contra o local sagrado e um descontentamento entre os
muçulmanos.
Mesmo assim o filme foi proibido e está disponível apenas no Youtube.
Assim que foi noticiado pela imprensa, acabou denunciado como uma
“tentativa do governo israelense de destruir a identidade árabe-islâmica
de Jerusalém”.
Especialistas temem que possa causar uma reação
semelhando ao filme "A Inocência dos Muçulmanos, com protestos de islâmicos descontentes.
Ikrima Sabri, chefe do Conselho Supremo Islâmico em Jerusalém, disse
em um comunicado que o anúncio é ”parte dos planos de ocupação
[israelenses] de revelar suas intenções hostis em relação ao
santuário” .
O fato de não ser um material feito por grupos extremistas
judeus, e sim uma produção oficial do governo, causou preocupações sobre
ser uma declaração política clara anti-islâmica.
O Domo da Rocha é um santuário reverenciado por muçulmanos do mundo
todo, os quais acreditam que neste local o profeta Maomé ascendeu
milagrosamente ao céu.
Ele foi construído no local original do templo
de Salomão, destruído durante o cerco de Jerusalém pelos romanos no ano
70 d.C.
As profecias bíblicas afirmam que o Templo será reconstruído.
A mera “sugestão” que o Domo da Rocha seja demolido já seria motivo
suficiente para uma guerra de Israel com o mundo árabe.
Em especial no
momento em que se propôs a divisão de Jerusalém em duas, sendo que sua
metade árabe seria capital do Estado Palestino.
Essa ideia tem crescido
por causa do apoio da ONU e do presidente Obama para que isso ocorra em breve.
Com informações de RT.
Nenhum comentário:
Postar um comentário