Em um debate acalorado na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, na última quinta-feira, o ateu Richard Dawkins perdeu para o ex-arcebisto de Canterbury, Dr. Rowan Williams.
A conclusão do debate foi de que a religião tem lugar no século 21.
- (Foto: REUTERS/Altaf Hussain)
A
proposta do debate “A religião não tem lugar no século 21” foi
derrubada com votos de 138 a favor, 324 contra e 85 abstenções.
Cerca de
800 estudantes lotaram o clube da universidade para acompanhar a
discussão.
“A religião sempre foi uma questão da construção da
comunidade, uma questão da construção de relações de compaixão,
sentimento de companheirismo e, ouso dizer, a inclusão”, disse Williams,
que recentemente deixou o cargo de líder da Comunhão Anglicana.
Segundo
Williams, a noção de que o compromisso com a religião pode ser
puramente uma questão privada é algo que “vai na contramão da história
religiosa”.
Por outro lado, o professor Dawkins tentou convencer a
plateia de que a religião é uma “traição do intelecto”.
“Uma traição de
tudo que é o melhor do que nos torna humanos”.
“É um falso substituto de uma explicação, que parece responder uma questão até que você a examine e perceba que não é aquilo.”
Já
o ex-arcebispo de Canterbury argumentou que o respeito por toda a vida
humana e igualdade é inerente em toda a religião organizada.
“O verdadeiro conceito de direitos humanos tem profundas raízes religiosas,” afirmou o líder religioso.
“A convenção de direitos humanos não seria o que é, não fosse pela história do debate religioso filosófico”.
Participaram
também do debate o professor Tariq Ramadan, Andrew Copson,
executivo-chefe da Associação Humanista Britânica, e Douglas Murray,
fundador do Centro para a Coesão Social.
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