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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Igreja Luterana no RS mantém igreja só para negros.

No século 20 negros e descendentes de alemães não podiam frequentar a mesma igreja.

Igreja Luterana no RS mantém igreja só para negros
Igreja Luterana no RS mantém igreja só para negros
A Igreja Luterana da cidade de Canguçu (RS) mantém duas igrejas funcionando: uma para negros e outra para brancos. 

Separadas por apenas um quilômetro, os templos foram construídos no início do século 20 quando os ex-escravos eram impedidos de frequentar os mesmos cultos que os imigrantes alemães.

O município localizado a 300 km de Porto Alegre tem sua população formada por descendentes de alemães e remanescentes de quilombos o que legitima o funcionamento das duas igrejas.

A reportagem da Folha de São Paulo esteve na cidade e acompanhou um culto da congregação Manoel do Rego, fundada em 1927. 

Os 28 membros presentes no culto eram negros quilombolas.

Apesar de serem destinadas à etnias diferentes, quem celebra os cultos das duas igrejas é o mesmo pastor: Edgar Quandt, descendente de europeus.

As igrejas fazem parte da Igreja Evangélica Luterana do Brasil e em nenhum outro lugar do país há um caso semelhante. 

O pastor garante que a população não enxerga a separação como preconceito, por já fazer parte da história local.

“Não há discriminação, como às vezes parece de fora. 

Eles gostam de ter [cada um] a sua congregação. Há uma integração muito boa em toda a nossa igreja”, disse Quandt.

O presidente da associação quilombola da cidade, Marco Antônio Matos, confirma a versão do pastor dizendo que a decisão de manter “cada um na sua” foi feita pelos membros e não pela direção da igreja.

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