No século 20 negros e descendentes de alemães não podiam frequentar a mesma igreja.
Igreja Luterana no RS mantém igreja só para negros |
A
Igreja Luterana da cidade de Canguçu (RS) mantém duas igrejas
funcionando: uma para negros e outra para brancos.
Separadas por apenas
um quilômetro, os templos foram construídos no início do século 20
quando os ex-escravos eram impedidos de frequentar os mesmos cultos que
os imigrantes alemães.
O município localizado a 300 km de Porto
Alegre tem sua população formada por descendentes de alemães e
remanescentes de quilombos o que legitima o funcionamento das duas
igrejas.
A reportagem da Folha de São Paulo esteve na cidade e
acompanhou um culto da congregação Manoel do Rego, fundada em 1927.
Os
28 membros presentes no culto eram negros quilombolas.
Apesar de
serem destinadas à etnias diferentes, quem celebra os cultos das duas
igrejas é o mesmo pastor: Edgar Quandt, descendente de europeus.
As
igrejas fazem parte da Igreja Evangélica Luterana do Brasil e em nenhum
outro lugar do país há um caso semelhante.
O pastor garante que a
população não enxerga a separação como preconceito, por já fazer parte
da história local.
“Não há discriminação, como às vezes parece de
fora.
Eles gostam de ter [cada um] a sua congregação. Há uma integração
muito boa em toda a nossa igreja”, disse Quandt.
O presidente da
associação quilombola da cidade, Marco Antônio Matos, confirma a versão
do pastor dizendo que a decisão de manter “cada um na sua” foi feita
pelos membros e não pela direção da igreja.
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