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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Padre polêmico, que apoia casamento gay e contesta princípios da igreja católica, pede afastamento.

O Padre Beto teve que se retratar com a Diocese por defender temas como mudanças na igreja, divórcio e homossexualidade.

O padre brasileiro Beto, conhecido por contestar os princípios morais da igreja Católica, deixará de exercer suas funções como padre partir desta segunda-feira (29). 

O padre defendia a discussão de temas como fidelidade, necessidade de mudanças na estrutura da igreja e a homossexualidade ficou de se retratar para arquidiocese de Bauru (SP) por conta das polêmicas na internet.

O padre Beto é conhecido na região de Bauru por suas publicações em vídeos na internet, que são compartilhados nas redes sociais, na qual os internautas dividem opiniões contrarias e a favor a ele. 

Entre os comentários polêmicos do padre Beto, ele avalia como impossível ser cristão em uma instituição que cria hipocrisia e, que no momento, a igreja faz questão de manter regras morais que, em sua opinião, são ultrapassadas para a época e também para a ciência.

O padre contesta e usa como exemplo de hipocrisia o fato, de acreditar e de a igreja saber, que a maioria dos fieis usam métodos de prevenir gravidez e que isso é contra as regras da igreja. 

"Eu não acredito que a maioria dos casais que frequentam a igreja não usam métodos contraceptivos. 

Nós temos regras que não são exercidas e isso precisa ser refletido".
  • Padre Beto
    Reprodução You Tube/Studio Bauru
A Diocese decidiu se pronunciar quanto aos comentários do padre justificando que os mesmo teriam causado tumulto entre os fieis de Bauru e outras cidades do Brasil. 

O Bispo Dom Caetano Ferrari publicou uma nota na última terça-feira (23) no site da Diocese em que pedia ao padre Beto a retratação e retirada do conteúdo publicados na web. 

Segundo o bispo, os vídeos estão provocando escândalo com os fiéis, extrapolando o âmbito diocesano e indo para o mundo aberto da internet e que suas opiniões seriam contrárias aos dogmas da Igreja.

Em resposta, o padre se mostrou irredutível quanto se retratar por suas opiniões expostas na rede. 

“Não tenho porque me redimir e muito menos a quem ou do que pedir perdão de tudo aquilo que declarei nas redes sociais. 

Se refletir é um pecado, eu sou e sempre serei um pecado e não vou negar ser uma pessoa reflexiva e que pensa”, disse o padre.

O padre disse em entrevista coletiva neste sábado (29) que tomou a decisão após várias reflexões, e destacou que acha impossível seguir o evangelho de Jesus Cristo em uma instituição que não respeita a liberdade de reflexão e expressão dos fiéis e membros da igreja. 

“O modelo que nós temos que seguir se chama Jesus Cristo e esse modelo viveu plenamente essa liberdade e fez com que as pessoas refletissem”, analisa.

O padre também comentou que a igreja deveria ter postura mais firme e ser mais presente no congresso nacional e consequentemente se envolver mais com os problemas sociais, como educação e saúde. 

"Os professores são mal pagos, o sistema penitenciário é péssimo e temos um código penal ultrapassado", desabafa.

Entre outros vídeos, o padre apoia o casamento gay, dizendo que a ciência humana esclarece que não se pode enquadrar o ser humano em homossexual, heterossexual ou bissexual, mas, sim como seres sexuados. 

No entanto, ele acredita que a Igreja precisa mudar pela evolução da Ciência e conhecimento humano e, não exatamente porque a sociedade está mudando. 

O padre avalia ainda que o amor pode existir em qualquer um desses níveis sexuais e a Igreja precisa estudar o assunto, se não estaria cometendo pecado de não amar ao próximo.

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