O Padre Beto teve que se retratar com a Diocese por defender temas como mudanças na igreja, divórcio e homossexualidade.
O
padre brasileiro Beto, conhecido por contestar os princípios morais da
igreja Católica, deixará de exercer suas funções como padre partir desta
segunda-feira (29).
O padre defendia a discussão de temas como
fidelidade, necessidade de mudanças na estrutura da igreja e a homossexualidade ficou de se retratar para arquidiocese de Bauru (SP) por conta das polêmicas na internet.
O
padre Beto é conhecido na região de Bauru por suas publicações em
vídeos na internet, que são compartilhados nas redes sociais, na qual os
internautas dividem opiniões contrarias e a favor a ele.
Entre os
comentários polêmicos do padre Beto,
ele avalia como impossível ser cristão em uma instituição que cria
hipocrisia e, que no momento, a igreja faz questão de manter regras
morais que, em sua opinião, são ultrapassadas para a época e também para
a ciência.
O padre contesta e usa como exemplo de hipocrisia o
fato, de acreditar e de a igreja saber, que a maioria dos fieis usam
métodos de prevenir gravidez e que isso é contra as regras da igreja.
"Eu não acredito que a maioria dos casais que frequentam a igreja não
usam métodos contraceptivos.
Nós temos regras que não são exercidas e
isso precisa ser refletido".
Reprodução You Tube/Studio Bauru
A
Diocese decidiu se pronunciar quanto aos comentários do padre
justificando que os mesmo teriam causado tumulto entre os fieis de Bauru
e outras cidades do Brasil.
O Bispo Dom Caetano Ferrari publicou uma
nota na última terça-feira (23) no site da Diocese
em que pedia ao padre Beto a retratação e retirada do conteúdo
publicados na web.
Segundo o bispo, os vídeos estão provocando escândalo
com os fiéis, extrapolando o âmbito diocesano e indo para o mundo
aberto da internet e que suas opiniões seriam contrárias aos dogmas da
Igreja.
Em resposta, o padre se mostrou irredutível quanto se
retratar por suas opiniões expostas na rede.
“Não tenho porque me
redimir e muito menos a quem ou do que pedir perdão de tudo aquilo que
declarei nas redes sociais.
Se refletir é um pecado, eu sou e sempre
serei um pecado e não vou negar ser uma pessoa reflexiva e que pensa”,
disse o padre.
O padre disse em entrevista coletiva neste sábado
(29) que tomou a decisão após várias reflexões, e destacou que acha
impossível seguir o evangelho de Jesus Cristo em uma instituição que não
respeita a liberdade de reflexão e expressão dos fiéis e membros da
igreja.
“O modelo que nós temos que seguir se chama Jesus Cristo e esse
modelo viveu plenamente essa liberdade e fez com que as pessoas
refletissem”, analisa.
O
padre também comentou que a igreja deveria ter postura mais firme e ser
mais presente no congresso nacional e consequentemente se envolver mais
com os problemas sociais, como educação e saúde.
"Os professores são
mal pagos, o sistema penitenciário é péssimo e temos um código penal
ultrapassado", desabafa.
Entre outros vídeos, o padre apoia o casamento gay,
dizendo que a ciência humana esclarece que não se pode enquadrar o ser
humano em homossexual, heterossexual ou bissexual, mas, sim como seres
sexuados.
No entanto, ele acredita que a Igreja precisa mudar pela
evolução da Ciência e conhecimento humano e, não exatamente porque a
sociedade está mudando.
O padre avalia ainda que o amor pode existir em
qualquer um desses níveis sexuais e a Igreja precisa estudar o assunto,
se não estaria cometendo pecado de não amar ao próximo.
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