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Uma
das mais importantes questões da ciência atual pode finalmente ter uma
resposta nesta quarta-feira (3).
Em conferência prevista para as 4h
(horário de Brasília), representantes de dois dos principais
experimentos do Grande Colisor de Hádrons (LHC) — maior acelerador de
partículas do mundo, operado pelo Centro Europeu de Pesquisas Nucleares
(Cern) na fronteira entre França e Suíça — apresentarão os últimos
resultados da sua busca pelo Bóson de Higgs.
Apelidada “partícula de
Deus”, esta é a única das 32 partículas fundamentais do Universo
(prótons, nêutrons e elétrons, entre outras) previstas pelo Modelo
Padrão da Física (MP), formulado em 1964, que ainda não não foi
detectada, embora teoricamente seja responsável por dotar de massa todas
as outras partículas.
“Temos critérios bastante rígidos e uma
regra do jogo é não estragar a festa, mas posso dizer que é uma situação
muito interessante”, conta o físico Alberto Santoro, professor da Uerj e
principal pesquisador brasileiro no Cern, onde está para participar da
conferência de amanhã.
Em evento similar em dezembro do ano
passado, os cientistas do Cern já haviam informado ter restringido o
possível “esconderijo” do Higgs a uma curta faixa de energia entre 124 e
126 gigaeletronvolts (GeV)/c2.
Pela Teoria da Relatividade de Einstein e
sua famosa equação E=Mc2, energia e matéria são intercambiáveis.
Assim,
como não é possível observar o mundo subatômico diretamente, os
pesquisadores usam poderosos aceleradores para chocar feixes de matéria a
velocidades próximas à da luz, procurando por assinaturas de energia
que indiquem a formação e decaimento das partículas subatômicas.
Agora,
os cientistas das colaborações do LHC, batizadas CMS e Atlas, dobraram a
quantidade de dados acumulados e a expectativa é de que eles tenham
atingido uma “massa crítica” no número de colisões que os permita
confirmar a existência do Bóson de Higgs.
Reforçando mais as especulações em torno
da conferência no Cern, ainda nesta segunda-feira (2) pesquisadores do
acelerador americano Tevatron, que até a construção do LHC era o maior
do mundo, anunciaram a análise final de seus experimentos na busca pelo
Bóson de Higgs, encerrados no ano passado.
Depois de estudarem cerca de 500
trilhões de colisões em cada experiência, conhecidas como CDF e DZero,
os cientistas determinaram que, se o bóson existe, ele tem massa entre
115 e 135 GeV/c2, em linha com os achados no Cern.
Murilo Santana
Rangel, professor do Instituto de Física da UFRJ que participou do DZero
e hoje atua no LHC, acredita que a apresentação na Suíça terá o tão
esperado anúncio da descoberta do Higgs.
“Isso vai fechar o ciclo de
descobertas e dará a explicação final para a massa de todas as outras
partículas”, diz.
Segundo Rangel, com as características
básicas do Higgs em mãos, os cientistas terão um importante parâmetro
para refinar os cálculos na busca de uma teoria capaz de unificar as
quatro forças fundamentais do Universo — gravidade, eletromagnetismo,
nuclear forte e fraca, o Santo Graal da física moderna.
Fonte: Extra
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