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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Pesquisador comenta diminuição no crescimento dos evangélicos.

Ele também cita que é um erro colocar as Assembleias de Deus como uma só denominação, pois na verdade são diversas igrejas distintas que usam o mesmo nome.

Pesquisador comenta diminuição no crescimento dos evangélicos
Pesquisador comenta diminuição no crescimento dos evangélicos

Em entrevista para o Instituto Humanista Unisinos, o bispo metodista Paulo Ayres Mattos, que é pesquisador do pentecostalismo, comentou os dados do Censo 2010 que mostrou uma diminuição do crescimento dos evangélicos na última década.

O primeiro ponto comentando por ele foi em relação ao Censo de 2000 que mostrou que o número de evangélicos cresceu 120% entre 1991 – 2000. 

Em contrapartida, entre 2001 e 2010 o crescimento foi de 62%. 

Mattos acredita que essa diminuição pode ser justificada pelas transformações sociais que aconteceram no Brasil.

“As pessoas apelam para o sobrenatural quando não encontram soluções para seus problemas no aqui e agora. 

A ênfase na maioria das igrejas pentecostais desde um tempo para cá passou a ser no oferecimento de cura divina, já que a assistência à saúde continua sendo um pesadelo para a maioria dos brasileiros, inclusive para a classe-média”, disse.

Sobre a diminuição de membros da Igreja Católica o bispo comenta que os estudos paralelos já indicavam esse acontecimento e que ele só não foi maior por a igreja reagiu usando a renovação carismática, uma alternativa para o pentecostalismo.

Mattos também foi questionado sobre o crescimento dos evangélicos sem igreja, um fenômeno que está sendo pesquisado. 

“Creio que o aparecimento do fenômeno dos “evangélicos sem igreja” começa a afetar a adesão de muitas pessoas ao pentecostalismo institucionalizado. 

Está para ser provado se os escândalos envolvendo grandes e pequenos líderes pentecostais acabaram por influenciar na diminuição do crescimento dos evangélicos na última década”, diz.

Assembleia de Deus não é uma só denominação

O Censo 2010 mostrou que a Igreja Assembleia de Deus é a denominação que mais cresce, mas para o bispo Paulo Ayres Mattos considerar todas as denominações que usam esse nome como uma só é um equívoco. 

“As Assembleias de Deus não são uma denominação, mas uma marca de fantasia, pois não há uma Assembleia de Deus, no Brasil, e sim muitas denominações que usam esse nome como se fosse de domínio público”.

A proposta do pesquisador para poder saber qual é a denominação que mais cresce no país é distinguir de forma mais rigorosa cada uma das igrejas existentes no Brasil. 

“Creio que seria oportuno começar-se a distinguir de forma mais rigorosa as diversas denominações que existem no Brasil para verificar-se quais que estão crescendo e quais as que não estão crescendo”.

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