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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Raciocínio lógico pode afetar fé em Deus, diz pesquisa.

Levar as pessoas a pensarem de modo mais "racional", por meio de influências sutis, reduz suas tendências religiosas. 

Foi o que concluíram os pesquisadores Ara Norenzayan e Will Gervais, da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá). 

Norenzayan e Gervais estão entre os mais destacados estudiosos da psicologia da religião.
  • O Pensador
    (Foto: Divulgação)
    "O Pensador", escultura do francês Auguste Rodin, pode estimular o pensamento analítico, o que reduz tendências religiosas.
Seus estudos mais recentes mostraram que pessoas constantemente expostas a influências sutis que as levem a pensar de modo racional tendem a ser menos religiosos. 

“O Pensador”, célebre imagem de um homem refletindo, por exemplo, pode ser uma dessas influências. 

Ler um texto em letras miúdas também é capaz de estimular o pensamento analítico.

O estudo, publicado na revista "Science", partiu da hipótese de que pessoas religiosas preferem usar a intuição ao processar dados, enquanto os não religiosos usam o raciocínio detalhado.

Essa hipótese foi formulada a partir de outros estudos, que mostram, por exemplo, que independente de QI ou nível educacional, os religiosos “caem” com mais facilidade em "pegadinhas" lógicas.

A dupla de pesquisadores formulou a metodologia da pesquisa combinando esse dado a uma técnica comum de psicologia experimental chamada "priming", que envolve o uso de um estímulo prévio para induzir a mente do participante a reagir de determinada maneira.

No estudo canadense, os voluntários tinham que realizar algumas tarefas. 

Metade delas poderia levar a um "priming" com o objetivo de estimular pensamento analítico, já a outra metade das atividades era neutra.

Ao final das tarefas, os voluntários eram questionados sobre sua religiosidade

O que os pesquisadores descrevem é que os participantes do primeiro grupo (que tiveram o pensamento analítico estimulado) tiveram menos propensão a se declarar religiosos.

Para os pesquisadores, esse resultado pode ser explicado pelo fato de a religiosidade depender de processos mentais intuitivos e o raciocínio analítico possivelmente bloqueia esses processos.

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