Autoridade Palestina comemora enquanto Israel e EUA protestam.
Local onde Jesus nasceu agora é patrimônio mundial da Unesco |
A Basílica da Natividade de Belém, situada na
Cisjordânia, foi construída no século 4 sobre uma gruta onde a tradição
aponta como o local onde Jesus nasceu.
A Autoridade Palestina, que
governa essa região de Israel, alega estar sem recursos para fazer todos
os reparos necessários, que custariam mais de 5 milhões de dólares.
A estratégia dos palestinos foi pedir que a Unesco (Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) reconhecesse a igreja
como patrimônio histórico da humanidade.
Isso acabou se concretizando
nesta sexta-feira, após uma eleição realizada em São Petersburgo,
Rússia.
O pedido incluía um trecho da rota de peregrinação, que, segundo a
tradição, José e Maria fizeram até a cidade em de Nazaré, há cerca de
2.000 anos.
O reconhecimento do “Caminho das Peregrinações” foi feito em maio a
um exame de 36 sítios feito pelo Comitê de Patrimônio Mundial da ONU.
Foram 13 votos a favor, seis contra e duas abstenções.
Em uma carta lida na reunião da Unesco, grupos políticos e religiosos
palestinos, reclamaram do que eles descrevem como “os perigos da
ocupação israelense”, lembrando o cerco da Igreja da Natividade por
tropas de Israel em 2002.
Embora o templo seja administrado pela Igreja Ortodoxa Grega, a
Igreja Apostólica Armênia e o Patriarcado católico de Jerusalém, os
muçulmanos que lideram a Autoridade Palestina comemoraram a decisão,
dizendo que “este reconhecimento global dos direitos do povo palestino
constitui uma vitória para nossa causa e para a justiça”.
Mesmo sob os protestos de Israel, a vitória é mais significativa do
ponto de vista político do que o histórico.
Em 31 de outubro de 2011, os
palestinos conseguiram uma conquista histórica, ao serem considerados o
país de número 195 da Unesco, em uma votação que só registrou 14 votos
contra.
Na prática, foi o primeiro passo para reconhecimento pela ONU do
Estado Palestino.
Na época, Estados Unidos e Israel criticaram esta decisão e desde
então cortaram seu financiamento anual de 80 milhões de dólares para
Unesco.
Yigal Palmor, porta-voz do Ministério de Relações Estrangeiras de
Israel, protestou:
“O verdadeiro propósito deles não é realmente o apoio
da Unesco, mas buscam confrontar Israel novamente.
Não temos nenhuma
objeção quanto à inclusão da Igreja da Natividade, mas os palestinos
estão à procura de um conflito a qualquer custo”.
O vice-prefeito de Belém, George Saade, rebateu, considerando
importante que “os turistas percorram este circuito e visitem Belém como
uma cidade palestina”, e ressaltou “Estamos vivendo sob a ocupação.
Belém é cercada por um muro.
Economicamente, não podemos trabalhar
livremente.
Precisamos de ajuda da Unesco”.
Ele espera que o reconhecimento atraia mais turistas para o local.
A
violência na região diminuiu drasticamente nos últimos anos e mais de 2
milhões de pessoas visitam a igreja anualmente.
Traduzido e adaptado de Christianity Today e Wwrn.org
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