Relatório da União Internacional Humanista e Ética foi entregue à ONU.
Ateus podem ser condenados a morte em 7 países |
Ateus e outros céticos religiosos sofrem perseguição ou
discriminação em muitas partes do mundo.
Em pelo menos sete países eles
podem ser executados se suas crenças se tornarem conhecidas, explica um
relatório divulgado nesta segunda-feira.
O estudo realizado pela União Internacional Humanista e Ética (IHEU),
mostra que “os infiéis” que vivem em países islâmicos enfrentam o
tratamento mais brutal nas mãos do Estado.
Aponta ainda para as
políticas de alguns países europeus e dos Estados Unidos, que favorecem
os religiosos e suas organizações, além de tratar ateus e humanistas
como párias.
O relatório intitulado “Liberdade de Pensamento 2012″, afirma que “há
leis que negam o direito dos ateus de existir, restringem sua liberdade
de [não] crença e de expressão, revogam o seu direito à cidadania e
restringem até seu direito de se casar”.
Outras leis “obstruem o acesso à educação pública, proíbe-os de
exercer cargos públicos, impede-os de trabalhar para o Estado,
criminaliza sua crítica da religião, e pode fazer com que sejam
executados por abandonar a religião oficial de seu país”.
O relatório foi entregue a Heiner Bielefeldt, relator especial das
Nações Unidas sobre a liberdade de religião ou crença.
Ele afirmou que
ainda há pouco reconhecimento de que os ateus também estão protegidos
pelos acordos globais de direitos humanos.
A IHEU reúne mais de 120 organizações seculares, humanistas e
ateístas, em mais de 40 países.
A divulgação de seu relatório visa
marcar o Dia dos Direitos Humanos da ONU, lembrado nesta segunda-feira.
Segundo o levantamento, que pesquisou cerca de 60 países, os sete
onde é prevista a pena capital são:
Afeganistão, Irã, Ilhas Maldivas,
Mauritânia, Paquistão, Arábia Saudita e Sudão.
O relatório de 70 páginas
enumera diferentes casos recentes de execução por causa do “ateísmo”,
mas os pesquisadores dizem que o “crime” é muitas vezes mascarado com
outras acusações.
Outros países, como Bangladesh, Egito, Indonésia, Kuait e Jordânia,
têm leis onde ser ateu ou ter-se uma visão humanista sobre religião é
totalmente proibido e recaem nas leis que proíbem a “blasfêmia”.
Em
muitos desses países, e em outros como a Malásia, os cidadãos têm de se
registrar como não seguidores da religião oficial, perdendo vários
benefícios.
A IHEU afirma ainda que na Grécia e na Rússia, a Igreja Ortodoxa é
ferozmente protegida pelo Estado, enquanto na Grã-Bretanha os bispos da
Igreja da Inglaterra têm assentos garantidos no Parlamento.
Traduzido de Chicaco Tribune.
Nenhum comentário:
Postar um comentário