Uma campanha voltada à conscientização de prostitutas sobre a
necessidade de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)
encomendada pelo Ministério da Saúde causou furor na bancada evangélica
da Câmara dos Deputados e resultou numa cobrança de explicações ao
ministro Alexandre Padilha.
Uma das peças publicitárias traz uma polêmica frase, e foi veiculada
nas redes sociais no dia 02 de junho, tido como Dia Internacional das
Prostitutas.
A imagem, com uma mulher de meia idade, tem a inscrição “Eu
sou feliz sendo prostituta”.
“O que o governo faz é um crime, é apologia à prostituição.
O governo
está patrocinando um crime ao defender essa conduta”, esbravejou o
deputado Marcos Rogério (PDT-RO), segundo informações da Folha de S.
Paulo.
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) aprovou um
requerimento pedindo que o Ministério da Saúde esclareça quanto foi
gasto do dinheiro público na criação das peças, e o presidente da CDHM,
pastor Marcos Feliciano, afirmou que o governo deve explicações sobre a
“famigerada campanha” voltada às prostitutas.
Já a deputada Liliam Sá (PSD-RJ) classificou a campanha como um
“desfavor à sociedade”, e afirmou que “ninguém é feliz sendo explorada
sexualmente”.
O deputado João Campos (PSDB-GO), ex-presidente da Frente Parlamentar
Evangélica, afirmou que o governo da presidente Dilma Rousseff não
cumpre acordos:
“É uma campanha discriminatória.
Esse é um governo que
não preza pelos valores da família”, e ironizou sobre eventuais próximas
campanhas da administração petista:
“Eu já vejo:
Sou adultero, sou
feliz.
Ou incestuoso, siga-me.
Ou sou pedófilo, sou feliz, sou
realizado”.
No meio da liderança cristã, a repercussão foi extremamente negativa.
“Mais uma vergonha protagonizada por
essa gente que ora faz apologia ao homossexualismo, ora à sexualização
infantil, ora à prostituição.
Agradecemos a bancada evangélica que
reagiu, obrigando a campanha a ser retirada do ar.
Evidentemente que o
Ministro Alexandre Padilha, provável candidato do PT ao governo de São
Paulo, não ia bater de frente com os cristãos, pois não quer que o tema
seja usado na campanha de 2014, como foi com Fernando Haddad, em 2012,
quando concorreu à Prefeitura de São Paulo.
Haddad era Ministro da
Educação quando preparou o kit gay (material sobre homossexualismo,
lesbianismo e bissexualismo) do MEC para distribuir para milhares
criancinhas de escolas públicas de todo o Brasil”, escreveu.
O pastor Renato Vargens foi outro que publicou um artigo sobre o tema em seu blog, onde questiona os princípios usados pelo governo para patrocinar a campanha.
“Que absurdo é esse?
Que governo é esse?
Que país é esse?
Que loucura
é essa?
Ora, sinceramente só me faltava isso, o Estado afirmar que
alguém que ‘vende’ o corpo é feliz [...]
Será que existe alguém que diga
em sã consciência que é feliz por ter vários parceiros sexuais e que se
alegra em ser usada e descartada na lata do lixo como objeto de
consumo?
Ora, isso é um verdadeiro absurdo! Gente não foi feita para ser
usada, gente foi feita para brilhar, para resplandecer a glória de Deus
e para viver em harmonia e plenitude consigo mesma e com todos aqueles
com quem se relaciona.
Se não bastasse isso, o governo do PT,
entrelinhas, incentiva a um número incontável de moças e rapazes a
acreditarem que a prostituição pode fazer alguém feliz.
Isto posto,
chego a triste conclusão que infelizmente estamos vivendo em um país
submerso em pecado e que despreza os padrões de moral, decência e
dignidade”, lamentou o pastor.
Vargens conclama os cristãos do país a agirem de forma decisiva para
que os rumos da sociedade brasileira possam ser mudados:
“Diante disso,
afirmo sem titubeios que como cristãos não devemos nos curvar diante da
promiscuidade que tem destruído parte da sociedade brasileira, antes
pelo contrário, como discípulos do Senhor, somos chamados a denunciar
comportamentos antagônicos aos valores defendidos pelas Escrituras, além
é claro de anunciarmos a esta geração, Cristo, o qual é único capaz de
satisfazer o vazio da alma humana proporcionando a todo aquele que nele
crê a verdadeira felicidade”.
Veja o polêmico cartaz da campanha do Ministério da Saúde:
O alto número de descontentes com a cartilha fez com que o Ministério
da Saúde cancelasse a campanha e exonerasse Dirceu Greco, diretor do
Departamento de DSTs, Aids e Hepatites Virais do ministério, que
supostamente teria iniciado a veiculação da peça publicitária sem a
autorização da Assessoria de Comunicação Social, que aprova todas as
campanhas do tipo.
O ministro Padilha também se apressou em dizer que
“enquanto eu for ministro, não acho que seja uma mensagem a ser passada
pelo Ministério da Saúde”.
A decisão do Ministério da Saúde não foi bem aceita pelo deputado
Jean Wyllys (PSOL-RJ), autor de um projeto de lei que pretende
regulamentar a prostituição no Brasil.
O ex BBB criticou a atitude do
Ministério da Saúde e a classificou como “contraditória”.
Wyllys ainda
entrou com um requerimento junto a Câmara dos Deputados pedindo
explicações sobre o cancelamento da campanha e os gastos gerados por
ela.
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