Esta
semana uma jovem de apenas 20 anos, grávida de sete meses, teve a
língua cortada pelo marido.
Agressão ocorreu na casa do casal no
vilarejo de Jangory, na região de Balkh, no norte do Afeganistão.
(Foto: AP / Anjum Naveed) Uma refugiada afegã caminha em direção à sua casa em um bairro pobre em Islamabad, Paquistão, no domingo, 20 de junho de 2010. O representante da UNHCR do Mengesha Kebede do Paquistão, disse, com 1,7 milhões de refugiados do Afeganistão, o Paquistão continua a acolher a maior população de refugiados ao redor do mundo e que foi importante reconhecer essa generosidade na véspera do Dia Mundial do Refugiado.
Em
coletiva realizada nesta quarta feira, a jovem que estava acompanhada
por sua mãe, mesmo sem poder falar queria "mostrar sua repugnância" ao
ocorrido.
Segundo as autoridades, ela perdeu o bebê por causa do ataque,
de acordo com a BBC.
Policiais identificaram Saleh como o
agressor que estava casado com a vítima há 12 meses.
Segundo a mãe da
jovem, Saleh agrediu sua filha durante todo o período de casamento.
"Ele
já chegou a incendiar o quarto dela, além de agredí-la por pelo menos
três vezes.
Os mais velhos, entretanto, diziam que se tratava de uma
típica briga de casal e que não deveriam interferir", disse ela aos
repórteres.
Mas a agressão da jovem, cujo nome não foi citado, não
foi o único nos últimos dias.
A agressão em Jangory é o episódio mais
recente de uma série de incidentes de violência doméstica que vêm
ocorrendo no Afeganistão.
Após ser vendida por 5 mil dólares pelo
irmão, a garota Sarah Gul de 15 anos, foi torturada pelo marido e sua
família que queriam obrigá-la a se prostituir.
No início deste mês os
agressores foram condenados a 10 anos de prisão.
Um
estudo realizado pela fundação Thomson Reuters, divulgada em junho de
2011, revelou que o Afeganistão é o país mais perigoso para mulheres.
Apesar
da Constituição da era pós-Talibã promulgada no Afeganistão conferir
direitos iguais a homens e mulheres, a ONU estima que a grande maioria
das afegãs já foi submetida a algum tipo de violência doméstica.
A
Rede de Mulheres Afegãs, uma organização nacional de ativistas
feministas, reivindicaram ao governo uma proteção mais ampla às
estudantes das escolas do país, após uma série de misteriosos
envenenamentos, que teriam sido cometidos pelo Talibã.
Elas afirmaram estar preocupadas sobre o que poderia acontecer com as mulheres após a saída das tropas internacionais em 2014.
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