Uma organização ateísta do Chile promoveu nessa sexta feira (06) o “1º Churrasco Ateu de Semana Santa”, evento que, segundo seus organizadores, tem o objetivo de ser uma “tradição de romper com a tradição” católica de não comer carne vermelha nessa data.
“1º Churrasco Ateu de Semana Santa” |
Os organizadores do evento alegaram que esse costume “é uma tradição surgida de uma convenção da Igreja Católica, não do evangelho, e poucos cristãos têm noção disso”.
O churrasco aconteceu no Parque Intercomunal La Reina, localizado na capital chilena, e foi organizado pela Ateísmo Chile, uma entidade que nasceu em 2011 para reunir ateus e agnósticos do país.
A entidade se manifestou para explicar o evento através do seu assessor de imprensa, Ramón Badilla, que afirmou que “a Sexta-feira Santa, para os próprios cristãos, é um feriado para se refletir sobre a religião, e aqui nós queremos justamente convidar os ateus a que venham refletir, mas de outra maneira”.
Além de membros da organização ateísta, estiveram presentes no evento também pessoas religiosas, como a estudante de direito Astrid González, que diz acreditar em alguns dogmas da Bíblia, mas não se sente identificada por nenhuma corrente específica do cristianismo.
A jovem afirmou acreditar que “Deus não é um ente inquisidor e déspota, como prega a Igreja Católica, e sim uma força que traz equilíbrio e harmonia ao universo”.
O matemático Hamlet Muñoz, presidente da Ateísmo Chile, também falou sobre o evento:
“Entre os meus amigos cristãos eu fiz uma enquete e nenhum soube responder por que não come carne na Sexta-feira Santa, acho que os cristãos que vieram é porque já nem ligam para esse paradigma”, frisou, segundo o site Opera Mundi.
Muñoz contou também que o evento sofreu resistência de alguns membros da entidade, que são vegetarianos.
“Descobrimos, dias depois de lançar a ideia do churrasco, que um grande número de ateus chilenos são vegetarianos, alguns não se importaram, mas outros se recusaram claramente a participar”, explicou.
No Brasil, Igreja Católica deixou de exigir, principalmente dos mais pobres, esse jejum, mas a maioria dos fiéis mantém a tradição.
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