O filme Paradise Faith (Paraíso da Fé, em tradução livre para o português) |
O
filme Paradise Faith (Paraíso da Fé, em tradução livre para o
português) causou polêmica durante sua exibição na Mostra de Veneza, no
último dia 31/08.
Concorrendo ao Leão de Ouro, premiação máxima da Mostra, o filme
conta a história de uma devota católica que se empenha em converter
todos os cidadãos da cidade em que vive, Viena, em cristãos.
Durante o filme, são mostradas cenas da personagem protagonista
carregando um crucifixo pela cidade, rezando, andando de joelhos, usando
cilício e se autoflagelando em frente à um crucifixo pendurado na
parede.
A polêmica se deu pela cena em que a devota acaricia o crucifixo e
passa a se masturbar com ele, em sua cama.
Além dessa cena, são
mostradas imagens do marido da devota, um egípcio muçulmano,
desrespeitando os símbolos católicos ao jogá-los no chão.
Sobre a polêmica, o diretor do filme, o austríaco Ulrich Seidl
afirmou que as críticas são bem vindas, mas que a produção retrata seu
ponto de vista a respeito da “verdade” sobre pessoas religiosas:
“Sempre
que faço um filme, eu procuro uma maneira de mostrar a verdade, ou pelo
menos a verdade como eu a vejo.
Mas levo em conta que alguém pode não
gostar de ver a realidade que estou retratando.
Para a história da
personagem no filme, é certo mostrar ela se masturbando com uma cruz,
porque ela está tentando fazer amor com Jesus, procurando satisfazer
seus próprios desejos.
Só porque trata-se de um tabu não significa que
não vou mostrar isso.
Eu prefiro tumulto ao silêncio”, polemizou ainda
mais, em entrevista ao The Hollywood Reporter.
O diretor ressalta ainda que a história do filme mostra uma
personagem do filme que mergulhou tão fundo na religião que se esqueceu
dos ensinamentos básicos de Jesus:
“A protagonista não entende que a
adoração cega por Cristo a converte em um ser inumano, incapaz de sentir
amor e de comunicar a mais importante virtude cristã: amar ao próximo”.
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