Datafolha mostra como pensam os cristãos do país.
Brasileiros querem uma Igreja mais liberal |
O
Instituto Datafolha, conhecido por suas pesquisas eleitorais, fez um
levantamento nacional, em 166 municípios, entre 20 e 21 de março, sobre
questões ligadas à religião.
Entre os entrevistados, 58% disseram
ser católicos e 21% são evangélicos, percentuais similares aos dados do
IBGE divulgados em 2010.
A margem de erro é de dois pontos percentuais.
A
eleição de Francisco como novo papa foi considerada “ótima” ou “boa”
por 74% dos entrevistados.
“Regular” por 9%.
Apenas 2% acharam “ruim” ou
“péssima”.
Mesmo assim, boa parte dos brasileiros, incluindo os
católicos, acreditam que a igreja precisa mudar muitas de suas posições
tradicionais.
Isso afetaria a vida de pessoas no mundo todo.
A
principal divergência é sobre o uso de métodos artificiais de
contracepção.
Cerca de 83% dos entrevistados acredita que a Igreja
católica deveria aprovar o uso de preservativos.
Em relação aos
anticoncepcionais, 77% acreditam que deveriam ser “liberados” pelo papa.
Sessenta e um por cento dos brasileiros dizem ser favoráveis a ao uso
da chamada “pílula do dia seguinte”, método contra a gravidez
considerado abortivo pela igreja.
Desde 1968, a Igreja Católica
afirma considerar todos os métodos artificiais de contracepção como
“intrinsecamente maus”.
Contudo, afirma que os métodos naturais são
moralmente permissíveis.
Bento 16 declarou, em 2010, que o uso de
camisinha, em certos casos, seria uma espécie de mal menor.
Como, por
exemplo, para evitar o HIV/AIDS.
Mesmo assim, o Vaticano esclareceu que
sua posição doutrinária não mudou.
Por outro lado, a maioria das
pessoas acha que o novo papa deveria permitir o divórcio (58%), a
ordenação de mulheres para rezar missas (58%) e dar fim ao celibato dos
padres (56%).
Em questões como aborto e casamento gay a maior
parte dos brasileiros concorda com a orientação católica.
Respectivamente, 54% e 57%, acreditam que a igreja deve continuar se
posicionando contrária a essas práticas.
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