A Organizações das Nações Unidas (ONU) criticou a decisão tomada pelo governo da presidente Dilma Rousseff de suspender a distribuição do material apelidado de kit gay nas escolas públicas do país.
A crítica aconteceu através de declarações de Pedro Chequer,
coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids no
Brasil (UNAIDS).
Chequer é representante da ONU e afirmou que a decisão pode
transmitir a ideia de que “a mensagem de independência pode ser
substituída por uma postura retrógrada, de quem restringe suas ações em
virtude de dogmas religiosos”.
As críticas de Chequer são bastante diretas e endereçadas a cristãos:
“Urge lutar para a retomada do Estado verdadeiramente laico porque em
muitos países estamos vendo como o fundamentalismo religioso — dos
pentecostais no Brasil ou dos católicos em muitos países
hispano-americanos católico — prejudica seriamente o combate à AIDS”,
declarou ele.
O material foi elaborado pelo governo Lula, mas devido à proximidade
das eleições presidenciais de 2010 foi retido, tendo sua distribuição
iniciada durante o governo de Dilma Rousseff.
Porém, perante as
manifestações da sociedade e principalmente de lideranças evangélicas, a
presidente decidiu suspender a distribuição.
Essa não é a primeira
que Pedro Chequer critica o posicionamento adotado pelo governo devido a
protestos de evangélicos.
Em 2012, durante o Terceiro Seminário
Nacional de Direitos Humanos e DST/AIDS, Chequer afirmou que ao ceder a
pressões de “minorias organizadas”, o governo acabava “violando
direitos” de outros cidadãos.
Recentemente, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o governo voltou
a adiar a distribuição do kit gay, sob ordens do ministro da saúde,
Alexandre Padilha.
Há possibilidade de que a suspensão tenha ligação com
a proximidade das eleições presidenciais de 2014.
O pastor Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos e
Minorias (CDHM) aprovou a decisão tomada:
“O ministro nada mais fez do
que honrar um compromisso de governo.
A bancada evangélica já havia
manifestado o receio de que o kit circulasse novamente [...]
Temos a
garantia de que qualquer material de conteúdo mais polêmico não circule
antes de ser avaliado e sem a nossa aprovação”, disse o deputado.
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