Papa assume o nome de Francisco |
O anúncio do argentino Jorge Bergoglio
como o novo papa, Francisco, desencadeou nesta quarta-feira (13) uma
polêmica nas redes sociais em relação ao papel que teria exercido
durante a última ditadura na Argentina (1976/83).
“Bergoglio é acusado de ter convivido
com a ditadura argentina”, afirma uma mensagem de Twitter assinada pelo
usuário animalpolítico.com.
“O novo Papa é amigo de violadores de
direitos humanos”, acrescentou o usuário Nicolás Copano.
“O novo Papa
declarou no julgamento da ESMA após supostamente delatar dois sacerdotes
torturados e desaparecidos”, criticou outro usuário das redes sociais,
Ignacio Escolar.
A Escola de Mecânica da Armada (ESMA)
foi o mais emblemático e um dos maiores centros clandestinos de detenção
da última ditadura argentina, por onde passaram cerca de 5.000
prisioneiros, dos quais sobreviveram apenas algumas centenas de pessoas.
“Francisco e a ditadura.
O novo Papa,
Francisco, esconde um passado obscuro vinculado à última ditadura
militar. Desaparecimentos e roubos de bebês”, dizia um post no Facebook.
Na mesma rede social, alguns postaram
uma nota de 2005 assinada por Horacio Verbitsky, presidente do Centro de
Estudos Legais e Sociais (CELS), que se refere a “cinco novos
testemunhos que confirmam o papel de Bergoglio na repressão do governo
militar sobre as fileiras da Igreja Católica que hoje preside, incluindo
o desaparecimento de sacerdotes”.
Em novembro de 2010, quando era cardeal
primaz da Argentina, Bergoglio foi ouvido pela Justiça em um julgamento
por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura, que deixou
30.000 desaparecidos, segundo organismos humanitários.
María Elena Funes, catequista, havia
declarado que os sacerdotes jesuítas Orlando Yorio e Francisco Jalics
foram sequestrados em 1976 depois que o atual Papa lhes tirou a licença
para pregar em uma zona marginal do bairro portenho de Bajo Flores.
A suposta responsabilidade de Francisco
neste fato foi denunciada, pela primeira vez, em 1986 no livro “Igreja e
Ditadura”, do falecido dirigente humanitário Emilio Mignone, cuja filha
catequista Mónica está desaparecida.
Bergoglio também foi chamado a prestar
depoimento como testemunha no processo pela existência de um plano
sistemático de roubo de bebês, filhos de desaparecidos, nascidos em
cativeiro de suas mães durante a ditadura.
Fonte: G1
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