Páginas

quinta-feira, 14 de março de 2013

Polêmica: redes sociais ligam novo papa à ditadura na Argentina.

Papa assume o nome de Francisco
O anúncio do argentino Jorge Bergoglio como o novo papa, Francisco, desencadeou nesta quarta-feira (13) uma polêmica nas redes sociais em relação ao papel que teria exercido durante a última ditadura na Argentina (1976/83).

“Bergoglio é acusado de ter convivido com a ditadura argentina”, afirma uma mensagem de Twitter assinada pelo usuário animalpolítico.com. 

“O novo Papa é amigo de violadores de direitos humanos”, acrescentou o usuário Nicolás Copano. 

“O novo Papa declarou no julgamento da ESMA após supostamente delatar dois sacerdotes torturados e desaparecidos”, criticou outro usuário das redes sociais, Ignacio Escolar.

A Escola de Mecânica da Armada (ESMA) foi o mais emblemático e um dos maiores centros clandestinos de detenção da última ditadura argentina, por onde passaram cerca de 5.000 prisioneiros, dos quais sobreviveram apenas algumas centenas de pessoas.

“Francisco e a ditadura. 

O novo Papa, Francisco, esconde um passado obscuro vinculado à última ditadura militar. Desaparecimentos e roubos de bebês”, dizia um post no Facebook.

Na mesma rede social, alguns postaram uma nota de 2005 assinada por Horacio Verbitsky, presidente do Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS), que se refere a “cinco novos testemunhos que confirmam o papel de Bergoglio na repressão do governo militar sobre as fileiras da Igreja Católica que hoje preside, incluindo o desaparecimento de sacerdotes”.

Em novembro de 2010, quando era cardeal primaz da Argentina, Bergoglio foi ouvido pela Justiça em um julgamento por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura, que deixou 30.000 desaparecidos, segundo organismos humanitários.

María Elena Funes, catequista, havia declarado que os sacerdotes jesuítas Orlando Yorio e Francisco Jalics foram sequestrados em 1976 depois que o atual Papa lhes tirou a licença para pregar em uma zona marginal do bairro portenho de Bajo Flores.

A suposta responsabilidade de Francisco neste fato foi denunciada, pela primeira vez, em 1986 no livro “Igreja e Ditadura”, do falecido dirigente humanitário Emilio Mignone, cuja filha catequista Mónica está desaparecida.

Bergoglio também foi chamado a prestar depoimento como testemunha no processo pela existência de um plano sistemático de roubo de bebês, filhos de desaparecidos, nascidos em cativeiro de suas mães durante a ditadura.


Fonte: G1

Nenhum comentário: