O Reino Unido deve se tornar o primeiro país a permitir a fertilização in vitro
de bebês com herança genética de três pessoas.
A técnica é recomendada
para prevenir doenças que têm origem em defeitos no DNA mitocondrial –
material genético distinto do que existe no núcleo da célula, e que fica
na organela responsável pela respiração celular.
De acordo com nota da
Autoridade Britânica para Fertilização e Embriologia Humanas (HFEA, na
sigla em inglês), o governo do Reino Unido foi informado de que não há
evidências contra a segurança da técnica.
A tecnologia ainda não está disponível
para ser aplicada em clínicas privadas, mas pesquisadores americanos e
britânicos estão perto de torná-la disponível.
Porém, para a entidade os
benefícios superam os riscos.
Uma em cada 6.500 crianças nascem com
anomalias nas mitocôndrias que, em geral, são fatais ou levam a doenças
como diabetes, cegueira, demência, desordens oculares ou
gastrointestinais, assim como doenças cardiovasculares e neurológicas.
A HFEA, no entanto, ressaltou que as
mudanças na legislação devem se limitar à manipulação genética da
mitocôndria e apenas com indicação de impedir o desenvolvimento de
doenças graves.
No pronunciamento da entidade, a modificação do DNA do
núcleo – que corresponde a cerca de 99% de todo o DNA do corpo – deve
continuar proibida.
Outra recomendação é a de que crianças que vierem a
nascer com esta técnica devam ser monitoradas com atenção mais próxima.
Por fim, a entidade recomenda que o doadora do DNA mitocondrial seja
considerada uma mera doadora de tecidos e não uma segunda mãe.
No Brasil, são igualmente proibidas as
práticas de engenharia genética, de acordo com a Lei de Biossegurança,
de 2005, quando a técnica sequer existia.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário