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quarta-feira, 20 de março de 2013

Papa Francisco irá descentralizar o governo da igreja, diz Leonardo Boff.

A eleição do papa Francisco, que teve sua cerimônia de inauguração nesta terça-feira, pode representar grandes mudanças na Igreja Católica, segundo afirmam teólogos latino-americanos.
  • leonardo boff
    Leonardo Boff

Leonardo Boff, um dos mais destacados representantes da Teologia da Libertação, disse em um email  que acredita que o papa Francisco irá causar uma descentralização do governo da igreja e um impacto na arena política.

“Ele dará peso decisório ao Sinodo dos Bispos (cada três anos) e não apenas peso consultivo, criando mais autonomia às igrejas continentais e nacionais em nome da colegialidade”, escreveu ele ao CP.

Boff aponta que Francisco foi a escolha para fazer reformas profundas na igreja que vive uma crise. 

Segundo ele, o novo papa vem da “periferia, onde crescem igrejas vivas e inovadoras e onde vivem 60% de todos os católicos, para com coragem intervir na Curia e no Banco Vaticano e fazer uma verdadeira limpeza.”

O papa Francisco, que também é conhecido por sua humildade e seus cuidados aos pobres, pode provocar grandes mudanças no âmbito político.

“Como o papa Francisco enfatiza muito o tema dos pobres e da necessidade da justiça social e não da filantropia vai, obviamente, reforçar as novas democracias de cunho popular e que fazem políticas sociais voltadas para os pobres como no Brasil, no Uruguai, na Venezuela e um pouco em todos os paises onde se está consolidando este tipo novo de democracia.”

O teólogo brasileiro vê também uma menor emigração para outras igrejas com a eleição de Francisco, contribuindo para diminuir a fuga dos católicos nos países latino-americanos.

“Um Papa mais social e menos doutrinário facilitará a acolhida por parte dos católicos que desejam transformações na linha dos interesses do povo”.

Outros líderes evangélicos e católicos da região acreditam que Francisco irá se tornar um construtor de pontes ecumênicas. 

O papa é conhecido por promover diálogos ecumênicos na  Argentina e ter boas relações com os evangélicos. 

O vice-presidente da Aliança Cristã de Igrejas Evangélicas da República Argentina (ACIERA), Gaston Bruno, disse anteriormente, que dará boas vindas ao papa no que diz respeito à questões em comum com os evangélicos, como a defesa da vida, casamento entre homem e mulher, entre outros.

Jorge Bergoglio se tornou o papa Francisco depois depois da renúncia ao pontificado feita por Bento XVI no dia 28 de fevereiro, por sua idade avançada.

Nesta quarta-feira, Francisco já recebeu representantes das igrejas cristãs e de outras religiões. 

Ele prometeu respeito e amizade a “prosseguir o diálogo ecumênico”.

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