Fernandinho Beira-Mar |
Luiz
Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, disse que está
estudando teologia à distância, enquanto cumpre pena em Catanduvas
(PR).
A revelação foi feita durante seu julgamento no 4º Tribunal do
Júri do Rio de Janeiro (RJ), encerrado na madrugada desta quarta-feira
(13).
Ele foi condenado a 80 anos de prisão – pena máxima – por
envolvimento nas mortes de Antônio Alexandre Vieira Nunes (conhecido
como Playboy) e Edinei Thomaz Santos (conhecido como Pipico ou Velho).
Beira-Mar disse que vai recorrer.
Durante o julgamento, ele tentou mostrar um novo perfil.
Quando
questionado por um dos magistrados se já havia matado alguém, ele
respondeu:
“Excelência, no meu passado já fiz algumas coisas.
Não sou
santo”.
Ele confessou ainda:
“Hoje estou sofrendo bastante.
Quero pagar o
que devo à Justiça”.
Beira-Mar foi julgado por ter ordenado e
planejado as mortes de Playboy e Pipico.
As ordens teriam partido de
dentro do Presídio Bangu 1, onde Beira-Mar estava preso em 2002, quando
os crimes aconteceram.
O traficante negou ter culpa:
“Só queria dar um
couro neles, pois 10 pessoas, incluindo inocentes, morreram por causa
deles”.
Ele contou ainda que pediu, de dentro da prisão, que os dois
entregassem suas armas para o tráfico local.
Só que, durante a entrega,
Pipito teria ficado com uma pistola na cintura e efetuado diversos
disparos, matando 10 pessoas.
Outra polêmica durante o julgamento foi
sobre como Beira-Mar conseguia os telefones celulares dentro de Bangu 1.
O traficante respondeu que dependia dos plantões.
“O que aconteceu é
que houve uma briga de facções na comunidade (Beira-Mar, em Duque de
Caxias/RJ).
Eu queria checar o que estava acontecendo e consegui
telefones clandestinos para isso”, afirmou.
O traficante contou que
pretendia expulsar Playboy e Pipico da favela, já que eles não eram de
sua confiança.
“Minha facção criminosa sou eu.
Tive envolvimento com o
tráfico no passado, por apenas quatro anos”, completou ele.
A defesa de Beira-Mar tentou adiar o
julgamento desta semana, alegando que, das seis testemunhas arroladas,
nenhuma foi intimada ou compareceu.
Apesar da alegação, o juiz Murilo
Kieling deu prosseguimento ao caso.
A soma das penas de Beira-Mar, com a
nova condenação, aproximam a 200 anos de prisão.
Na manhã desta
quarta-feira (12), ele retornou para o presídio de Catanduvas (PR), onde
segue preso e estudando.
Fonte: TCP
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