Uma das testemunhas recebeu ameaças assim que as notícias sobre a prisão dos quatro pastores foi divulgada na imprensa.
Membros da Igreja Maranata usam Bíblia para coação, diz promotor |
Em
entrevista ao programa Bom Dia Espírito Santo na manhã desta
quarta-feira (13) os promotores de justiça do Ministério Público do
Espírito Santo (MP-ES) afirmaram que os membros estavam usando a Bíblia para coagir as testemunhas e as autoridades que trabalham no caso.
No dia anterior quatro pastores da igreja foram presos,
incluindo o presidente Elson Pedro dos Reis e o ex-presidente Gedelti
Gueiros, além dos pastores Amadeu Loureiro e Carlos Itamar.
No
programa os promotores Paulo Panaro e Jerson Ramos disseram que as
testemunhas começaram a mudar seus depoimentos com medo das autoridades
da igreja, no caso os pastores.
“Essa coação, diferente da
normalidade, onde a coação é direta dizendo o que uma pessoa deve fazer
ou deixar de fazer, ela é feita através do uso de uma interpretação
manipulada da Bíblia”, explicou Panaro.
Ramos também comentou que
as mensagens transmitidas na igreja estavam apavorando os membros.
“Distorciam a forma da mensagem, trazendo informações subliminares, que
acuavam as pessoas, que ficavam subjugadas às pessoas que transmitem a
mensagem.
As pessoas ficaram apavoradas”.
Ao colocarem essas
pessoas como “caídos” ou “excluídos” no sentido de ficarem em segundo
plano dentro da instituição, os membros que estavam como testemunhas se
sentiam subjugados e não estavam mais cooperando como deveriam com as
investigações.
Panaro disse que uma das testemunhas foi ameaçada
assim que a notícia sobre as prisões foram divulgadas na imprensa.
“Ontem (terça-feira), cheguei ao meu gabinete e encontrei um documento
assinado de uma das vítimas, falando que tão logo a imprensa veiculou a
notícia das prisões, a pessoa recebeu três telefonemas ameaçadores.
Diziam ‘Fulano, você viu o que você fez?’
Eu vim de longe para te pegar,
vou só esperar a poeira baixar para você ver o que vai acontecer”,
disse o promotor.
A testemunha cita que já recebeu outras ameaças
pedindo para que ela se retratasse desmentindo suas provas que acusam os
investigados.
“Vou investigar as ligações para detectar os
proprietários das linhas e tomar as medidas cabíveis”, garante o
promotor.
Com informações G1.
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