pastor Marco Feliciano, deputado federal pelo PSC-SP |
Neste
último final de semana, o pastor Marco Feliciano, deputado federal pelo
PSC-SP e presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM)
da Câmara dos Deputados foi o personagem entrevistado pela seção Páginas
Amarelas, da revista Veja.
A repercussão da entrevista gerou novas críticas ao pastor, que
reafirmou sua postura contrária à prática homossexual e explicou a
polêmica em torno de sua frase que menciona uma maldição de Noé para um
de seus descendentes, que teria ido habitar o continente africano.
No site Brasil 247,
um editorial comentando algumas das principais respostas do pastor
critica a postura adotada por Feliciano e questiona sua capacidade para
exercer o mandato parlamentar.
“O pastor e deputado Marco Feliciano (PSC/SP) reúne míseras
qualificações para ser parlamentar.
E muito menos para presidir a
Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
Apesar
disso, nesta semana, ele foi premiado com as páginas amarelas da revista
Veja, onde vomitou atrocidades”, diz o texto.
Em sua entrevista, Marco Feliciano afirma que “não disse que os
africanos são todos amaldiçoados.
Até porque o continente africano é
grande demais.
Não tem só negros.
A África do Sul tem brancos.
Minha mãe
é negra.
Se eu fosse estudar, teria direito a cotas.
Olha meu cabelo
como é.
É todo crespo.
E olha que eu dei uma esticadinha.
Faço escova
progressiva todo mês.
Eu gosto dele liso”.
Considerando as ideias do pastor como “extravagantes”, o site ainda
comenta a posição adotada por Feliciano em relação à decisão de não
apoiar a presidente Dilma Rousseff nas próximas eleições, e diz que o
espaço na revista foi motivado por isso:
“Um espaço nobre da publicação
dedicado ao deputado talvez decorra de sua sinalização política para
2014.
‘Em 2010, eu fiz a campanha pela presidente Dilma; em 2014, a
conversa vai ser diferente’”, cita o texto do site 247.
Feliciano disse que aprendeu como o PT trabalha e a facilidade que o
partido tem para mudar de posição, e revelou certo arrependimento de ter
ido contra a indicação do PSC em 2010.
Na ocasião, seu partido apoiava
José Serra (PSDB) para a presidência, e Feliciano fez campanha
isoladamente para a presidente Dilma Rousseff.
“Mas eles me esperem em 2014.
Eu fiz campanha pela presidente Dilma
em São Paulo, sozinho, pelo meu partido.
O partido estava com José
Serra.
Eu descobri como eles traem com facilidade.
Hoje eu sofro
caladinho, mas represento uma comunidade muito grande.
Quando eles
estavam desesperados, vieram correndo, implorando, até mim.
Em 2014, a
conversa vai ser muito diferente”, avisou Feliciano.
Marco Feliciano voltou a falar sobre seu ponto de vista a respeito do
que são as camadas mais desfavorecidas da sociedade:
“Os gays não se
encaixam em minorias.
Eles têm os melhores empregos, estão em toda parte
cultural do país, têm financiamento de fundações estrangeiras.
Eles têm
vez.
Eles têm voz.
Tudo o que eles fazem a mídia divulga.
Eu citaria
como camadas desprotegidas os matutos que moram nos sertões e são
escravizados por senhores feudais, as meninas que são violentadas no
Norte e Nordeste, os moradores de rua que não tem prato de comida”,
afirmou o pastor.
Embora tenha se esforçado para mudar o foco das questões que o
envolvem, Feliciano ainda tem sido alvo de ações que recorrem das
polêmicas declarações que foram repercutidas de forma ampla pela mídia.
Segundo o G1, a Câmara de Vereadores de Fortaleza aprovou na última
quarta-feira, 13 de março, uma ação de repúdio à eleição de Feliciano
como presidente da CDHM.
Embora os vereadores do PSC tenham se oposto à
ação, os vereadores do PT e PSOL conseguiram aprovar a medida.
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