Nova tecnologia causou revolta nas redes sociais.
Além de não terem o direito de viajar sem o consentimento de
seus responsáveis masculinos e proibidas de dirigir, as mulheres da
Arábia Saudita são agora monitoradas por um sistema eletrônico que
controla os movimentos se elas atravessarem as fronteiras.
Desde a semana passada, os responsáveis masculinos pelas mulheres da
Arábia começaram a receber mensagens de texto em seus celulares
informando quando as mulheres sob sua custódia deixam o país, mesmo que
estejam viajando juntos.
Manal al-Sherif, a ativista que se tornou símbolo de uma campanha
lançada no ano passado, exortando as mulheres sauditas a desafiarem a
proibição de dirigir, começou a espalhar a informação no twitter, depois que foi alertada por um casal.
O marido, que estava viajando com sua esposa, recebeu uma mensagem de
texto das autoridades de imigração informando-o que sua mulher havia
deixado o aeroporto internacional de Riad.
“As autoridades estão usando a tecnologia para monitorar as
mulheres”, disse o colunista Badriya al-Bishr, que criticou o “estado de
escravidão em que as mulheres são mantidas” no pais muçulmanos
ultraconservador.
“Esta é uma tecnologia usada para o atraso, e assim
manter ae mulheres presas”, disse Bishr.
Para que uma mulher saia da Arábia Saudita sem permissão de seu
guardião masculino, ele deve dar o seu consentimento ao assinar o que é
conhecido como a “folha amarela” no aeroporto ou no posto de fronteira.
A
nova tecnologia emite o alerta após a leitura de um chip instalado no
passaporte que se comunica com a internet.
Há rumores para a futura
implantação de chips similares sob a pele, algo não confirmado pelo
governo saudita.
A medida das autoridades sauditas foi rapidamente condenada nas redes sociais, embora o acesso do mundo árabe a esses meios ainda seja bem restrito.
A Arábia Saudita, onde fica Meca, vive sob uma interpretação radical
da sharia, ou lei islâmica.
É o único país do mundo onde as mulheres não
têm permissão para dirigir.
O reino impõe regras rígidas que
restringem a convivência entre os sexos.
Pela lei, as mulheres são
obrigadas a usar um véu e um manto preto, ou abaya, que as cobre da
cabeça aos pés, exceto para as mãos e o rosto.
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