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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Revista Superinteressante afirma que Jesus era só um profeta “baixinho” que não foi traído por Judas e que os evangelhos não foram escritos pelos apóstolos.

Revista Superinteressante afirma que Jesus era só um profeta “baixinho” que não foi traído por Judas e que os evangelhos não foram escritos pelos apóstolos

A edição de dezembro de 2012 da revista Superinteressante traz uma matéria sobre Jesus e afirma que várias das afirmações feitas pelo cristianismo e a sociedade em geral a respeito do homem que é apontado como o filho de Deus são mitos.

Com o título “Jesus – A verdade por trás do mito”, a matéria de capa da Superinteressante afirma no subtítulo que “Ele não nasceu em Belém, não tinha cabelo longo nem pele clara e era apenas um entre vários profetas. 

Descubra o que historiadores, cientistas e teólogos têm a dizer sobre a biografia de Jesus”.

Num teaser divulgado no Youtube, alguns tópicos da matéria são apresentados aos leitores: 

1 – Ele não nasceu em Belém, nem no Natal; 
2 – Os três reis magos não eram reis nem eram três; 
3 – Ele era moreno, baixinho e de cabelo curto; 
4 – Jesus era só um entre vários profetas; 
5 – Mateus, Marcos, Lucas e João não são os autores dos Evangelhos; 
6 – Judas pode não ter sido um traidor;
7 – O reino dos céus era na Terra.

Anteriormente, em julho de 2011, a revista já havia atribuído uma matéria de capa a Jesus, com o tema “Os anos ocultos de Jesus”.

De acordo com informações do site Desktop Gospel, o teólogo norte-americano John Dominic Crossan afirma que a possibilidade de Jesus não ter nascido em Belém existe, realmente: 

“Tanto Mateus quanto Lucas dizem que Jesus nasceu em Belém com o objetivo de dizer metaforicamente, simbolicamente, que Ele é o novo Rei Davi. 

O motivo que Lucas dá para José e Maria terem ido a Belém nunca existiu”, afirma Crossan.

Quanto aos reis magos, a afirmação da revista vai de encontro aos relatos bíblicos: 

“Acreditar nela [Bíblia Sagrada] ou não é uma questão de fé. 

Mesmo assim, alguns elementos dessa fé distanciaram-se do que está na Bíblia. 

Por exemplo: não há menção a ‘reis’ [...] O evangelho, aliás, nem diz que eles eram três: só se sabe que eram mais de um, já que são mencionados no plural”, observa o teólogo.

Como as descrições físicas de Jesus não são mencionadas na Bíblia, a revista usa a dedução para afirmar que Jesus era baixinho e moreno, características físicas que vão de encontro a descobertas arqueológicas: 

“Esqueletos de Judeus do século I indicam que a altura média deles era era mais ou menos 1,55 m. 

E que a maioria não pesava muito mais do que 50 quilos. 

E mesmo se fosse bem alto para a época, com 1,65 m, por exemplo, ainda seria pequeno para os padrões de hoje(…) Usando como base 3 crânios do século I, ‘cientistas’ lançaram mão de softwares de modelagem 3D para determinar qual seria o formato do nariz, dos olhos, da boca… 

Enfim, do rosto de um adulto tipico da época”.

A matéria da revista diz ainda que é provável que as comunidades cristãs tenham encomendado os relatos atribuídos a Mateus, Marcos, Lucas e João, e a afirmação referente a Judas aponta para a hipótese de o discípulo de Jesus apenas ter atendido a um pedido de seu mestre, para ser entregue às autoridades romanas. 

A revista se baseia num manuscrito identificado como “Evangelho de Judas”, descoberto em 2006, para sustentar suas afirmações.

Sobre o reino dos céus, a revista usa a interpretação que muitos cristãos tem da Bíblia para afirmar que “O Reino de Deus que Jesus pregava iria acontecer aqui”, o que não representa grande descoberta, como anunciado pela revista no vídeo abaixo:


Por Tiago Chagas

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