A ofensiva israelense na Faixa de Gaza completou nesta sexta-feira (16)
seu terceiro dia com a morte, até agora, de 29 palestinos e três
israelenses, em meio a sinais de uma iminente invasão terrestre, após o
governo israelense ter ordenado a mobilização de 75 mil reservistas
para a operação Pilar Defensivo.
A autorização aconteceu durante a reunião realizada hoje em Tel Aviv
pelos nove ministros mais importantes do governo, em conversa por
telefone com todos os membros do Conselho de Ministros, informaram as
redes de televisão israelenses.
Tensão entre Israel e palestinos.
Foto de 16.nov.2012 - Egípcios simpatizantes da Irmandade Muçulmana se manifestam no Cairo, contra a ofensiva de Israel a Gaza. |
O presidente egípcio, Mohamed
Mursi, classificou a ofensiva de "agressão contra a humanidade"."Cairo
não deixará Gaza sozinha", afirmou o presidente egípcio Khaled Elfiqi/Efe.
Segundo informações dos veículos de imprensa locais, o governo não
emitirá um comunicado com a decisão, e os repórteres e comentaristas das
TVs locais informaram que estão impedidos de dar "toda a informação" em
seu poder por motivos de censura militar.
A aprovação é um pedido do ministro da Defesa, Ehud Barak, para
"ampliar a cota de reservistas além do aprovado ontem", quando era de 30
mil.
Os 75 mil reservistas são a maior número deste tipo de combatentes
mobilizados no país em décadas, muito acima dos incorporadas à guerra
com o Hezbollah em 2006 e à ofensiva Chumbo Fundido em Gaza, dois anos
depois.
O canal 10 da TV israelense informou que até agora foram mobilizados
cerca de 20 mil, mas que é esperada a chegada de milhares de tropas
entre esta noite e amanhã.
O comentarista militar do canal 10, Alon Ben David, explicou que "não
vê uma situação com 70 mil soldados israelenses dentro de Gaza", número
que segundo ele seria necessário em caso de tentativa de derrubar o
governo do movimento islamita Hamas, no poder na faixa desde 2007.
Por enquanto, advertiu, "este não é um dos objetivos definidos para a operação".
A possível mudança de postura no governo israelense se deve aos últimos
ataques das milícias palestinas contra grandes cidades no coração de
Israel, entre elas Tel Aviv e Jerusalém.
Hamas fala em 29 palestinos mortos em ataques israelenses.
O exército israelense intensificou nesta sexta-feira (16) os
bombardeios na Faixa de Gaza, onde o número de palestinos mortos desde
que começou, na última quarta-feira, a ofensiva israelense "Pilar
Defensivo", subiu para 29.
A mais recente morte relatada é de um miliciano atingido por um
projétil israelense quando andava de moto no centro do enclave
palestino, confirmou o porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas em
Gaza, Ashraf Al Qedra.
Outro miliciano ficou ferido com gravidade no
mesmo ataque.
Foguete palestino cai perto de Tel Aviv, no mar.
Segundo Qedra, entre os 29 mortos desde quarta-feira há oito crianças,
duas mulheres e dois idosos.
O total de palestinos feridos é de 270
desde o início da operação militar israelense, com o assassinato do
líder do braço armado do Hamas, Ahmed Jaabari.
Fontes do movimento islamita em Gaza confirmaram aos jornalistas que na
noite de ontem a aviação israelense realizou uma série de intensos
bombardeios que tiveram como alvo, entre outros, o escritório de
Assuntos Civis do Ministério do Interior do Hamas.
O último ataque com vítimas aconteceu horas depois do bombardeio no
leste do campo de refugiados de Al Mughazi, que culminou com a morte de
quatro pessoas, entre elas Ahmed Abu Jalal, um dos líderes das Brigadas
de Izz al Din Al Qassim (braço armado do Hamas), dois de seus irmãos e
um vizinho.
Cessar-fogo para visita de premiê egípcio não é respeitada pelas partes.
O primeiro-ministro egípcio, Hisham Qandil, chegou nesta sexta-feira
(16) em visita oficial a Gaza para mostrar sua solidariedade com o
território e, para sábado, é esperada a chegada do ministro de Relações
Exteriores da Tunísia, Rafik Abdel Salam.
Israel divulga vídeo de ataque que matou líder do Hamas.
Durante a estada de Qandil na faixa, as duas partes deveriam ter
mantido um cessar-fogo de três horas, que não foi respeitado por nenhuma
delas.
Ao longo do dia, o estrondo de bombas e os assobios dos foguetes foi
constante.
Nas ruas da cidade de Gaza, poucos carros circulavam, número
que aumentou ao anoitecer.
As milícias dispararam ao redor de 200 foguetes, a metade deles foi
interceptada pelo sistema de defesa antimísseis Domo de Ferro, segundo
dados do Exército israelense.
Israel move tropas para fronteira com Gaza e fecha rotas de acesso à região.
No campo de batalha, um jornalista da AFP viu nesta sexta (16)
blindados de transportes de tropas e tanques se deslocando perto do
posto fronteiriço entre Israel e a Faixa de Gaza.
Além disso, uma
soldado entrevistada pela Efe disse que "bases inteiras ficaram vazias"
para deslocar forças à fronteira.
O Exército de Israel também bloqueou, nesta sexta-feira (16) à noite,
todas as rotas principais em torno da Faixa de Gaza, anunciando que elas
estão em uma zona militar fechada.
Presidente palestino diz que Israel tenta minar esforços de seu país na ONU.
O presidente palestino, Mahomoud Abbas, acusou Israel nesta sexta-feira
(16) de lançar uma ofensiva na Faixa de Gaza para minar seus esforços
de garantir a mudança diplomática do status palestino na ONU
(Organização das Nações Unidas).
Abbas, cujas forças foram expulsas de Gaza pelo Hamas em 2007, acusou
Israel de instigar um "banho de sangue", dizendo a repórteres que
considerava a crescente campanha militar como uma tentativa dos
israelenses de minar suas manobras diplomáticas.
"Tudo o que está acontecendo tem o objetivo de bloquear nosso esforço
para alcançar as Nações Unidas", disse Abbas a jornalistas.
Apesar da violência, ele disse que continuará com os planos de uma
votação na Assembleia Geral da ONU até o fim do mês para dar aos
palestinos a condição de "Estado observador" dentro da entidade
internacional, ao invés de "entidade observadora".
Preocupado, Obama conversa com premiê turco sobre escalada da violência em Gaza.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou para o
primeiro-ministro turco, o islamita moderado Recep Tayyip Erdogan, nesta
sexta-feira (16), para abordar a "espiral de violência" na Faixa de
Gaza e ambos expressaram preocupação pela situação da população civil.
Obama e Erdogan concordaram em que "o contínuo espiral de violência põe
em perigo as perspectivas de uma paz duradoura para a região", segundo
um comunicado divulgado pela Casa Branca.
Além disso, Obama ressaltou seu compromisso de "avançar em direção à paz no Oriente Médio".
Os líderes compartilharam a preocupação sobre a situação da população
civil de ambos os lados e expressaram "o desejo em comum de ver o fim da
violência", detalhou a Casa Branca.
Antes de falar com Obama, o primeiro-ministro turco criticou Israel
pelos ataques contra a Faixa de Gaza e acusou o governo do país de atuar
desta forma visando as eleições.
"Antes das eleições de janeiro, estão disparando contra gente inocente
em Gaza por razões inventadas", manifestou Erdogan em entrevista à
imprensa em Istambul.
Secretário-geral da ONU afirma que visitará a região em breve.
Outra autoridade a manifestar preocupação com a situação na Faixa de Gaza foi Ban Ki-moon, secretário-Geral da ONU.
Segundo Martin Nesirky, porta-voz de Ban, o secretário-geral da ONU faz
um apelo urgente aos envolvidos para que façam todo o possível para o
fim da "perigosa escalada" da violência e para "restaurar a calma" na
região.
Segundo seu porta-voz, a principal preocupação de Ban Ki-moon é com a
segurança e bem-estar dos civis.
Ele adicionou que "um novo ciclo de
derramamento de sangue não fará israelenses nem palestinos mais seguros,
mutio menos abrirá portas às negociações para a solução de dois
Estados."
Ban Ki-moon pretende visitar a região em breve e continua a falar com
líderes regionais e internacionais, buscando um fim da violência em Gaza
e Israel.
(com agências internacionais)
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