Achaste mel? Come o que te basta; para que, porventura, não te fartes dele e o venhas a vomitar. Provérbios 25.17 |
O
tema Israel, apesar de tudo, ainda é tema controverso no meio cristão.
Os embates teológicos em torno do assunto, desde a posse da terra até
seu papel no plano divino continuam presentes.
O ambiente evangélico
ainda permanece dividido. Isso não nos deve assustar.
O preço de nossa
liberdade (de pensamento) é a falta de unanimidade.
A solução seria uma
imposição vinda de cima por alguém ou por um grupo que determinasse
nossa fé e nossas práticas e isso nós não queremos, pois conhecemos as
consequências.
Teremos de aprender a respeitar em meio às discordâncias e
a defender com sabedoria e graça nossas posições.
Cada um esteja seguro
no seu próprio entendimento. (Romanos 14.5)
Há algo novo,
entretanto.
Durante centenas de anos (sim, centenas!), os judeus foram
unanimemente rejeitados, na teologia e na prática.
Palavras e atos
cruéis foram lançados contra eles.
E isso tudo em nome de Cristo!
Todavia, a liberdade de interpretar as Escrituras levou muitos a rever
seus conceitos e o resultado foi o surgimento de uma corrente que
entende o papel do Israel étnico de maneira diferente e procura
expressar seu amor e apoio ao povo judeu de modo prático.
Hoje, milhões
de cristãos valorizam, oram, defendem e se colocam à favor dos judeus.
Quem conhece história sabe que isso é novo na história do Ocidente.
Os
grupos pró-Israel cantam hinos hebraicos, escrevem livros sobre o
assunto, publicam artigos, fazem conferências, visitam Jerusalém, usam
camisetas e bótons característicos, colocam a bandeira de Israel em suas
igrejas.
Alguns vão mais longe. Usam símbolos do judaísmo como o
mezuzah, o kipah e talith e outros.
Tocam o shofar.
Ainda há àqueles que
se orgulham de sua ascendência judaica ou mesmo assumem sua judaidade
integralmente.
Lamentavelmente alguns, no extremo do movimento, fazem
submergir os valores cristãos em um judaísmo distorcido e não bíblico.
Tudo
isso faz parte do processo.
Dizem que no ano em que Colombo descobriu a
América (1492), os reis espanhóis descobriram os judeus.
E utilizando a
Inquisição confiscaram seus bens, utilizando sua riqueza na guerra
contra os mouros.
Nós cristãos também temos descoberto os judeus e nessa
descoberta temos procurado corrigir quase dois milênios de injustiças,
maus tratos e mesmo distorções e negações teológicas.
Temos querido dar a
eles um lugar de honra que lhes é devido (Romanos 15.27).
Afinal, nosso
Deus é o Deus de Israel, nossas Escrituras foram-lhe primeiramente
confiadas (Romanos 3.1, 2) e nosso Messias é na verdade o Messias
judaico (Romanos 9.5) para citar apenas algumas das preciosidades que
herdamos deles.
Nessa ânsia, não é surpresa que exageros e
extremismos surjam.
Quem nunca comeu melado quando come se lambuza já
dizia o ditado.
O pensamento humano é um pêndulo que vai de um extremo a
outro com muita facilidade.
Diversos movimentos dentro do cristianismo
tiveram suas alas extremistas que muitas vezes puseram em perigo todo o
movimento.
Judaizantes e israelizantes surgiram como uma expressão
extremada do apoio a Israel e não há nada de novo nesse comportamento e
tendência.
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