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segunda-feira, 13 de maio de 2013

“No Mundo dos Evangélicos”: Em programa de TV, jornalista busca consultoria para abrir igreja e “viver de dízimos”.

“No Mundo dos Evangélicos”: Em programa de TV, jornalista busca consultoria para abrir igreja e “viver de dízimos”. Assista

O episódio de estreia do programa " O Infiltrado ", do History Channel, em que o jornalista Fred Paiva Melo busca consultoria para “abrir uma igreja evangélica e ganhar a vida recebendo dízimo”, causou polêmica por, supostamente, mostrar um retrato caricato da igreja evangélica.

- O Brasil é o maior país católico do mundo. 

Mas, se as igrejas pentecostais e neopentecostais continuarem crescendo no ritmo atual, metade da população será de evangélicos já em 2020. 

Apesar de acreditar mais em duendes do que em Deus, Fred se propõe a abrir uma igreja evangélica e ganhar a vida recebendo dízimo e para isso procura o apóstolo Gilson Henriques, do Tabernáculo dos Profetas, e conta com a sua consultoria para abrir o templo Guardiões do Fiel. 

Depois, pede ajuda a Wellington, personal teólogo, que o ajuda a arrumar um terno adequado, uma bíblia e um pequeno séquito para experimentar sua pregação em praça pública. 

No afã de escolher o seu público, Fred se depara com um pastor que promete emagrecimento instantâneo – diz a descrição do episódio, intitulado “No Mundo dos Evangélicos”.

“O Infiltrado” é um programa que tem como objetivo levar Melo a viver em diferentes meios, levando-o para uma situação diferente em cada programa.

Gilson Henriques, mostrado no programa como consultor. 

É apresentado pelo jornalista como um “bem sucedido empresário da fé” e também um consultor para abrir uma igreja. 

Em sua consultoria, Gilson, explica que com cerca de 8 mil reais o jornalista conseguiria abrir uma igreja para 100 pessoas sentadas. 

Eles discutiram também as estratégias para se escolher o nome da igreja. 

Ao finalizar sua visita à igreja, o jornalista afirma que o segredo do “negócio” era de que “o fiel vai à igreja por causa de Deus, mas leva de brinde o melhor espetáculo num raio de 20 quilômetros”.

O dízimo doado pelos fiéis é apresentado pelo programa como o capital de giro para manter a igreja e, quando apresentado ao conceito de que semeando o fiel receberia até 100 vezes mais, o jornalista ironiza dizendo que deveria tirar seu dinheiro investido na Bolsa de Valores e “fazer um aporte” na igreja.

Durante o programa, Melo retrata vários toda sua trajetória para a abertura de uma igreja, desde sua suposta oração de conversão, até a escolha dos músicos para um grupo de louvor. 

Para isso, o programa apresentou diversas pessoas ligadas à igreja evangélica, e também vários detalhes peculiares de algumas denominações, como o “drive thru de oração” da Igreja Universal.

- Então quer dizer, é simples assim. 

‘Tô’ liberado do inferno? – questionou o apresentador após repetir uma suposta oração de conversão.

- Simples assim. 

Você é um novo cara, nova vida – respondeu o “personal teólogo” que o acompanhava. 

Em seguida esse consultor o incitou ainda a fazer uma pregação, causando um tumulto entre pessoas que estavam na praça.

O programa recebeu várias críticas por estar, supostamente, debochando das igrejas evangélicas.

- Pode-se avaliar um programa como este de pelo menos dois ângulos: como um escárnio ao movimento evangélico, fruto do preconceito religioso, ou ainda, como um feedback que nos revela a imagem que a igreja evangélica brasileira tem construído no imaginário popular. – afirmou Hermes Fernandes, do blog Genizah Virtual.

- Em vez nos infiltrarmos no mundo como agentes transformadores do reino de Deus, estamos sendo infiltrados pelo mundo e servindo de chacota por causa de nossas idiossincrasias. – concluiu Fernandes.

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