O horror sem limites na Síria: líder “rebelde” arranca e come o coração de um soldado inimigo. Está em vídeo
O
vídeo abaixo é para almas cujo estômago suporta o horror.
Ou então não
vejam.
Ali aparece um líder rebelde sírio, chamado Abu Sakkar, um dos
fundadores da Brigada Farouq, arrancando e, santo Deus!, comendo o
coração de um soldado leal ao governo de Bashar Al Assad.
E ele o faz
diante das câmeras, para o mundo, com um recado:
“Juro por Deus que
vamos comer seus corações e seus fígados, soldados do cão Bashar!”.
Como, então, quem destrinchasse um porco — ou nem isso, já que esse
animal e considerado sujo pelo islamismo —, ele cavouca o peito do
soldado que acabara de morrer (ainda não há rigidez cadavérica), arranca
o coração e leva à boca.
A denúncia não é feita por um grupo qualquer.
Foi tornada pública pela Human Rights Watch.
Não escrevo com o objetivo de ter razão.
Tampouco me compraz constatar
que minhas piores expectativas às vezes se cumprem.
Mais de uma vez,
expressei aqui meu ceticismo em relação à dita “Primavera Árabe”, cuja
existência não reconheço.
Trata-se de uma invenção da imprensa
ocidental, que se dá por mimetismo.
Tenta-se se ver nesses países
movimento semelhante ao que resultou na derrocada comunista.
É uma
besteira.
Nos países comunistas, não havia apenas democratas — também
havia os nacionalismos de caráter até fascistoide —, mas a pressão por
democracia era e é real.
Nos países árabes, infelizmente, esse é um
desejo que se manifesta do lado de cá, nas democracias ocidentais, não
do lado de lá.
A exceção jamais fará a regra.
No dia 19 de julho de 2012, escrevi um post intitulado “Por que não me entusiasmo com os ‘democratas’ da Síria. Um trecho, em azul, diz o seguinte:
Conheço, já contei aqui, famílias sírias no Brasil que têm parentes em seu país de origem.
Conheço, já contei aqui, famílias sírias no Brasil que têm parentes em seu país de origem.
Desde o começo do levante, relatam a espantosa
violência dos insurgentes.
Como Assad é um ditador, suas versões sobre
os fatos, e não por maus motivos, sempre caem no descrédito.
Mas o fato é
que também os que se opõem ao governo recorrem a execuções sumárias,
ações terroristas, barbárie.
Não vou abrir meus braços para essa gente e
saudar:
“Bem-vinda à democracia!”.
Mais: a Síria é uma espécie de síntese ou emblema de todas as questões que têm se mostrado até agora insolúveis no Oriente Médio, a começar de sua própria composição interna.
Os Assad pertencem à minoria alauíta — 10% da população —, um
ramo do xiismo odiado, igualmente, pela maioria sunita e pelos xiitas.
São hoje parte da elite dirigente do país.
A chance de que essa e outras
minorias — como a cristã, por exemplo — venham a ser esmagadas é
grande.
E isso pode se dar sob o silêncio cúmplice da imprensa
ocidental, a exemplo do que se verifica no Egito.
O assassinato de
cristãos naquele país “democrático” se tornou corriqueiro.
Estão sendo
expulsos de suas propriedades.
As igrejas estão sendo incendiadas.
Nada
disso é notícia!
Retomo.
Fui acusado, claro!, de distorcer os fatos a partir da experiência pessoal, de querer igualar desigualdades, de não reconhecer o lado bom da história.
Qual
lado bom?
Eis aí.
Extremistas como o canibal que aparece acima ganharam
uma importância enorme na “luta”.
A Al Qaeda comanda boa parte da
resistência armada.
Essa gente está a serviço de uma espécie de governo
sírio na oposição, cuja existência foi reconhecida pela União Europeia e
pelos EUA.
É claro que Assad é um tirano asqueroso.
A questão é saber até onde se pode ir para apeá-lo do poder.
No texto cujo link vai acima, escrevi ainda:
Nego-me a me comportar como o Foucault de Higienópolis, entenderam.
[Nota: Foucault se encantou com a revolução iraniana]?
Assad é um
assassino asqueroso, como era o xá Reza Pahlev, no Irã.
Vejam lá a
maravilha de democracia e tolerância em que se transformou o país dos
aiatolás…
Os métodos a que aderiram os insurgentes sírios não me animam,
e não vejo uma trilha virtuosa caso cheguem ao poder — o que parece, a
esta altura, inevitável.
De resto, entendo que o Oriente Médio e a
África islâmica passam, infelizmente, é por um processo de
“desocidentalização”, não o contrário.
Por Reinaldo Azevedo
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