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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Deus e o destino do homem.

Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmo 90.2).

Eternidade. 

O que significa essa palavra e por que motivo alguém deveria aceitar esse conceito, principalmente no que se refere ao destino do homem? 

Sabemos por experiência própria, e através da observação da natureza, que as coisas materiais se deterioram. 

A Segunda Lei da Termodinâmica nos diz que todo o universo está se desgastando, como um relógio que está perdendo a corda, e não vai durar para sempre. 

Portanto, é óbvio que ele teve um princípio, exatamente como diz a Bíblia.

Sabemos que o Sol não esteve sempre no céu, ou já teria consumido completamente todo o seu combustível. 

O mesmo vale para todas as outras estrelas. 

Fica claro, então, que houve uma época em que este universo não existia; nada existia, nem mesmo a energia da qual o universo parece ser constituído.

Por que o universo não poderia ter sua origem em alguma misteriosa energia cósmica que sempre existiu, sem ter tido um começo? 

Por causa da Segunda Lei da Termodinâmica, a lei da entropia. 

A energia não poderia ter existido desde sempre, desenvolvendo-se rumo a um “Big Bang” (“Grande Explosão”) que teria criado as estrelas e os planetas. 

Ela teria sofrido entropia antes de “explodir” – e explosões não criam ordem. 

Se o universo tivesse existido para sempre, agora tudo deveria ter a mesma temperatura: o calor sempre é transmitido para algo mais frio.

Além disso, a energia não tem nem intelecto, nem qualidades pessoais para fazer surgir a incrível complexidade da vida e para criar seres com personalidade própria. 

Inteligência e personalidade são imateriais e não poderiam ter sido geradas posteriormente a partir da energia ou da matéria e, portanto, devem tê-la precedido.

Não alguma força, mas um Ser pessoal de inteligência infinita e sem começo deve ter criado o universo. 

Não se trata da “causa original” da filosofia ou dos “deuses” do paganismo, que mudam, seguem seus caprichos e competem entre si. 

O Criador somente pode ser o “Eu Sou” que revelou a Si mesmo a Moisés na sarça ardente (Êxodo 3.14), o Auto-Existente sem começo e sem fim, de quem a Bíblia diz: “de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmo 90.2).

É óbvio que o intelecto e a personalidade são inteiramente diferentes da matéria e não são a substância constitutiva dela. 

Portanto, o universo não faz parte de Deus e nem é uma extensão dEle. 

Isso significa que tudo que podemos ver – seja a olho nu, com um telescópio ou através de um microscópio eletrônico – veio do nada. 

Isso é impossível, mas somos levados a essa conclusão pela própria lógica. 

Contudo, imaginar que a vida e a inteligência brotaram espontaneamente, por sua própria iniciativa e poder, do espaço morto e vazio, seria algo totalmente irracional. 

Portanto, alguma coisa diferente do universo e de seus componentes deve ter existido sempre.

Não alguma coisa, mas Alguém, sem início nem fim. 

Por que Alguém? 

Porque o universo, desde a estrutura atômica até uma célula humana, exibe uma ordem e uma complexidade tão extraordinárias que só uma inteligência infinita poderia ter planejado e executado – e nenhuma coisa, ou força, ou “poder superior” tem a capacidade de pensar, planejar e organizar. 

Além disso, a espécie humana é composta de personalidades individuais que têm a capacidade de conceber ideias conceituais, expressá-las em palavras ou desenhos e transformá-las em intrincadas estruturas que não existem na natureza. 

Os seres humanos também têm a capacidade de sentir amor e ódio, alegria e tristeza, perceber a justiça e a injustiça, e raciocinar sobre sua própria existência e destino.

Só uma Pessoa infinita poderia criar pessoas. 

Portanto, as evidências e a lógica nos levam a concluir que este universo só poderia ter começado a existir sob o comando de Alguém que não teve começo; Alguém que sempre existiu e que possui o gênio e o poder infinitos para trazer à existência todas as coisas e todos os seres, a partir do nada. 

Certamente não foi pela superstição corrente no Egito em seus dias, mas por revelação divina que Moisés declarou:  

“Antes que [...] se formassem a terra e o mundo [...] de eternidade a eternidade, tu és Deus [...] mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi, e como a vigília da noite” (Salmo 90.2,4).

Este não é o deus do paganismo, das religiões indígenas, ou de qualquer uma das grandes religiões do mundo, tais como o budismo (pouquíssimos budistas acreditam em Deus), o hinduísmo, o islamismo e muitas outras, mas sim o Deus da Bíblia que, do modo como é descrito nas Escrituras, qualifica-se de forma única e singular para ser o Criador de todas as coisas. 

Não consideramos o cristianismo como sendo uma das religiões do mundo, mas sim como algo inteiramente distinto de todas elas.

A Bíblia jamais tenta provar a existência de Deus. 

Ela simplesmente a toma como um fato. 

Ela também não tenta explicar o que está além da nossa capacidade de compreensão. 

A Escritura simplesmente declara, no primeiro versículo:  

“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1.1). 

Em gratidão ao Deus que o criou, o rei Davi afirmou:  

“Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (Salmo 139.14).

A ciência não foi, nem jamais será capaz de verificar, refutar ou aperfeiçoar essa declaração. 

Não podemos compreendê-la, mas devemos aceitá-la pela fé. 

Aqui temos um exemplo do que é a fé: um passo que nada tem de irracional, mas sim uma trajetória racional que pondera as evidências e segue a lógica até o ponto em que a razão consegue alcançar, e depois dá mais um passo além da razão, mas sempre na direção e no sentido que as evidências e a razão indicaram.

A Bíblia expressa esse princípio da seguinte forma:  

“Pela fé entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hebreus 11.3). 

Alguns autores já disseram que essa foi a primeira formulação da teoria atômica. 

Não, isso não é teoria; é a afirmação de um fato nas palavras do próprio Deus. 

No entanto, temos de ter o cuidado de não ler nesse versículo mais do que ele realmente diz. 

Ele não diz que tudo foi formado de algo invisível. 

Ele não diz, igualmente, que o universo foi formado de alguma coisa.

O que Hebreus 11.3 nos diz é que o universo visível não foi feito de algo visível, pois isso implicaria dizer que alguma coisa visível sempre existiu e que o universo foi simplesmente fabricado com os materiais disponíveis. 

Mas ele não poderia ter sido criado dessa forma, porque não existe nada visível que seja eterno. 

Na verdade, o universo foi criado pela Palavra de Deus:  

“Disse Deus: Haja [...]” (Gênesis 1.3,6,9, e outros), e tudo que é visível passou a existir em obediência à Sua Palavra. 

Essa mesma Palavra que criou e sustenta todas as coisas falará novamente, e tudo que é visível na velha criação se dissolverá e tornará ao nada:  

“Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios” (2 Pedro 3.7).

Muito antes da formulação da Segunda Lei da Termodinâmica, Jesus afirmou muito claramente:  

Passará o céu e a terra” (Mateus 24.35). 

Entretanto, o universo não está destinado, simplesmente, a se desgastar devido à passagem de incontáveis bilhões de anos. 

Sob a inspiração do Espírito Santo, Pedro explicou que toda a vida existente na face da terra será sumariamente eliminada e o universo inteiro será destruído por Deus como castigo pela rebelião do homem e de Satanás. 

Em seu lugar, será criado um novo universo:  

“[No] Dia do Juízo [...] os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas [...] os céus, incendiados, serão desfeitos [...] Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2 Pedro 3.7-13).

A palavra “céus” é usada de duas formas na Escritura: significando tudo o que há de físico no espaço dimensional exterior à terra, e referindo-se à habitação imaterial de Deus, que Jesus indicou quando disse:  

“Na casa de meu Pai há muitas moradas” (João 14.2). 

Um significado refere-se a algo visível e temporal, enquanto o outro fala de algo invisível e eterno. 

Este universo visível e temporário não é tudo o que existe. 

Há uma outra dimensão de existência que não é física nem visível – e que não se desgasta nem envelhece com a passagem do tempo, não pode ser destruída e jamais deixará de existir.

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